A grande escolha não está no voto

Internacional

Uma hipotética derrota de Bolsonaro não acabará com o fascismo, nem com os fascistas, no Brasil ou noutro país qualquer. Pelo contrário, a amplitude e dinâmica dos acontecimentos dos últimos meses permitiu à extrema-direita um crescimento de adesão e militância como provavelmente nunca tinha acontecido desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

As questões às quais importa dar resposta, neste momento, são: Quem vai, depois do dia de hoje, seja qual for o resultado, prosseguir com a luta pela democracia? Uma massa difusa e desorganizada contra um oponente perfeitamente organizado e sustentado por oligarquias financeiras? E mesmo que se trate de uma força organizada e combativa, será em torno de quê ou de quem? De um ou dois partidos de nome e inspiração marxista mas que, nos últimos anos, se têm mostrado mais próximos da social-democracia (responsável pelo fortalecimento da extrema-direita) do que do socialismo? Ou estaremos perante uma oportunidade histórica para um novo e revolucionário começo na História do Brasil, que além de significar a derrota total do fascismo, signifique a vitória da democracia não exclusivamente política, mas sobretudo social, educativa e cultural? Poderá e quererá o povo brasileiro fazer essa luta pelo progresso alargado e pela total emancipação das suas classes mais desfavorecidas?

Por tudo isto, porque a escolha tem de ser mais, muito mais do que uma opção eleitoral, é necessário entender que urge estar com a democracia todos os dias e não apenas hoje.