Há «camisas verdes» nas redacções

Nacional

O que determinados órgãos de comunicação social estão a fazer ao PCP é miserável, mas ninguém pode achar que seja propriamente «incompreensível». E isso compreende-se da seguinte forma: todos sabem o que é que o PCP combate. O PCP é um partido histórico, fundador da democracia, com provas dadas, com quase um século de existência. O PCP levou com os estalos dessa Primeira República acossada e turbulenta. Essa República onde a direita liberal (essa dita tradicional, do «centro», institucional, moderada) foi a primeira a ser olímpica e tristemente seduzida, engolida, passivamente possuída – dando todo o consentimento – à aparição e efectivação do fascismo. Essa mesma «direita centrona» e «liberal», «modernaça», «futurista», que existe, mas que está hoje num outro patamar. Perante a passividade quase geral, está a ser não seduzida, mas ela própria a seduzir voluntariamente xenófobos, neo-nazis, fascistas, «populóides», fanáticos do capital, imperialistas.

Toda a gente sabe, pois, qual é a luta do PCP, quem faz a luta do PCP, quais são os rostos do PCP, onde e quando o PCP está para atingir os seus bem definidos e transparentes objectivos! E se o PCP luta com democratas, se luta com anti-fascistas, se os seus rostos não têm cara tapada, e se aponta a objectivos assumidos às claras, quem o ataca coloca-se diametralmente do lado oposto. E essa é a escolha que alguns meios de comunicação e seus jornalistas estão a fazer. Os que atacam o PCP são os que promovem anti-democratas destruindo a democracia, os que omitem e truncam intervenções do PCP mas entrevistam fascistas branqueando o fascismo, os que se movem ou são movidos pelos interesses instalados, os que apontam a finalidades obscuras, com processos obscuros e tudo sob a guarda do “Espírito Santo” (Ou será do Banif?).

Da mesma forma que todos são capazes de conhecer e reconhecer o que o PCP quer e o que o PCP faz, ainda que disso possam discordar, todos são capazes de perceber de igual forma o que é que combatem, na realidade, aqueles que dizem que «nunca combatem ninguém», que são sempre «muito neutros», que só querem «informar», mas que cerram dentes e punhos com mentiras, insinuações e falsidades que acabam por ser desmentidas ponto por ponto. Aqueles que acham que o perigoso mundo das “fake news” – fenómeno tão antigo quanto o da própria imprensa – se resume ou se confina à abstracção das redes sociais, estando os meios ditos “tradicionais” (televisão, rádio, jornais) isentos de controlo por parte de quem quer, por sua vez, também “controlar” a opinião pública e subjugar as massas, vive ingenuamente e já é, em si mesmo, vítima da armadilha dos grandes interesses.

Ainda que no seu processo normal a História não se repita, a verdade é que não falta quem a queira repetir. E tudo a coberto dos partidos institucionais, como palco ou como rampa. É vê-los aí nas parangonas: ontem «liberais», «centrões», «moderados» candidatos a Câmaras, hoje fundadores de partidos xenófobos, homofóbicos, racistas, nazis. E se essa direita partidária já não engole porque foi há muito engolida, os que hoje são, apesar de algumas heróicas excepções, seduzidos e engolidos pela nova emergência da extrema-direita já institucionalizada e sob patrocínio «liberal», são precisamente aqueles que um dia juraram «informar» e «esclarecer» com «neutralidade» e de forma «imparcial» a opinião pública. Depois do 25 de Abril de 1974, nunca como agora o fascismo esteve tão perto de controlar a comunicação social portuguesa. Nunca.

3 Comments

  • batcav

    11 Março, 2019 às

    Com o 25 de Abril os fascistas foram corridos do poder, uns fugiram, ou e outros exilaram-se, outros esconderam-se nos partidos então criados tentaram com o 25 de Novembro, mostrar a sua gracinha, mas o POVO não os deixou avançar. Ficaram muito caladinhos e foram minando os órgãos de comunicação social, como jornais, televisões e pseudo-sindicatos amarelos laranjas e azuis e agora ai estão eles mentindo e deturpando as verdades…

  • Jose

    21 Fevereiro, 2019 às

    Sendo o fascismo, antes demais e por definição, totalitarismo de Estado, fica por saber como o liberalismo é o caminho para lá chegar.
    Mas aos 'fundadores da democracia' há que tolerar alguns excessos atendendo à sua sanha libertária.

    • Nunes

      21 Fevereiro, 2019 às

      Que o diga o fascista Jose, mais conhecido pelos seus comentários «nazis» aqui no Manifesto 74.
      Vai-te tratar, Jose e deixa o «Manifesto 74» em paz.

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