Em 1387, já no rescaldo revolução portuguesa de que nos escreve António Santos no post anterior, uma boa parte da nobreza nacional ainda mantinha lealdade a Castela a pretexto dos interesses de Portugal. A lealdade a Beatriz de Portugal não era a lealdade a Portugal, apesar do nome. Passos Coelho é um dos filhos dessa nobreza traidora, que usando Portugal na lapela, não sendo leal a Castela, não é leal à nossa bandeira.
Bem sei que é coisa que parece de menor importância, mas a pose de Passos Coelho, com a bandeira portuguesa na lapela em forma de pin, provoca-me uma repulsa visceral. É claro que a bandeira nacional é de todos, é um símbolo nacional e ninguém é dono dos símbolos nacionais. Ninguém menos o povo. São do povo os símbolos nacionais, porque, mesmo quando não resultam do povo, são por ele apropriados.
E provoca-me repulsa porque Passos Coelho sabe que a única ponta de patriotismo que pode mostrar é a bandeira portuguesa na lapela, o mesmo pin que ostentava enquanto condenava milhões de portugueses à miséria e ao empobrecimento, o mesmo pin que passeava pelas reuniões em que prestava servil vassalagem a Merkel e o mesmo que usava enquanto lampeiro vendia a riqueza dos portugueses a grupos económicos alemães, chineses, brasileiro. Porque um patriota não precisa de bandeira ao peito enquanto vende os interesses do país, um patriota defende o seu povo sem precisar de usar o verde o vermelho ao peito, porque estão no seu coração e nos seus actos.
Passos persiste na postura de Primeiro-Ministro espoliado da sua legitimidade divina para governar. Amuado como um rei que julgava que o seu reinado era direito decretado pelos astros, usa a nossa bandeira, apropria-se de um símbolo de todos, ainda sem perceber que já não passa de sobranceria espúria, nacionalismo bafiento e ridícula ofensa ao povo que em boa hora correu com ele do Governo.
A bandeira será livre e de todos, é certo. E é por isso mesmo que a utilização da bandeira por um barão da destruição do país, para esconder a sua verdadeira bandeira, é uma usurpação, uma apropriação que conspurca o símbolo nacional com que de mais anti-patriótico existe que é, como Passos fez, governar contra o seu povo.
Passos, tira a nossa bandeira da tua lapela.
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