Assim não, Manuel Grilo.

Nacional

Isto não pode passar em claro. Vamos aos factos. Reunião da Câmara Municipal de Lisboa. Há um voto em cima da mesa sobre Auschwitz e o holocausto nazi que refere uma condenação do fascismo português. A vereadora do PSD sugere que se substitua a expressão por outras ditaduras e totalitarismos e o vereador bloquista Manuel Grilo aceita a proposta. De seguida, o vereador comunista João Ferreira protesta porque percebe que o objectivo é incluir o comunismo na condenação. Manuel Grilo finge que não mas Teresa Leal Coelho logo de seguida aponta o dedo ao fascismo e ao comunismo. Recordo, estamos a falar do holocausto nazi.

Contrariado, Manuel Grilo diz aceitar que se regresse à formulação anterior de condenação do fascismo português não sem antes referir que lhe parece pouco abrangente, como se o texto original não tivesse sido escrito pelo próprio. É Assunção Cristas que sugere tirar português ao fascismo e que acaba por explicar ao vereador bloquista que os comunistas nada tiveram a ver com o holocausto. João Ferreira termina explicando a Manuel Grilo e a Teresa Leal Coelho que foram os comunistas que libertaram os campos de extermínio.

Isto é grave, muito grave.

Pode ser visto aqui, a partir de 4:35:00.

16 Comments

  • Pedro Carvalho

    31 Janeiro, 2021 às

    Realmente é vergonhoso, a reescrita da história é uma das ferramentas da ofensiva ideológica, estai atentos aos tempos que se avizinham

    quem controla o passado, controla o futuro…

  • Ana Paula Martins Kruss Nogueira da Silva

    30 Janeiro, 2021 às

    Boa tarde.

    Já não é a primeira vez que vejo comentários de pessoas, que considero de esquerda, a criticarem Manuel Grilo. Bem sei, que o FB não é o melhor local para estarmos informados, mas também nunca estive presente em alguma sessão da Assembleia Municipal. Há críticas sobre alianças cegas com Fernando Medina, mesmo quando este se espalha (por exemplo) com as ciclovias, mas agora é muito mais grave. Não conheço pessoalmente Manuel Grilo, mas também foi eleito com o meu voto. Alguém lhe diga, por favor, que o Exército Vermelho pôs fim ao Holocausto. E era isso que se estava a votar. Alguém lhe diga, por favor, que isso dos totalitarismos foi depois (muito depois), alguém (por favor lhe diga) para (independentemente da sua idade) ir ler. Sim, História.

  • Mário Tomé

    30 Janeiro, 2021 às

    A latere:
    Se não fosse o Juckov (que Eisenhower considerou o grande vencedor da IIGM!!! ) ter destroçado os exércitos nazis do marechal Paulus, em Stelinegradi e vir por ali fora até Berlim, não sei se os Aliados teriam vencido a infernal máquina de destruição nazi.
    Só com a bomba atómica… sobre a Europa!!!

    • Miguel Botelho

      4 Fevereiro, 2021 às

      Apesar da história não se fazer com «se», é preciso estar sempre ligado aos factos históricos e compreender a guerra que se lutou na frente leste. Não foi apenas a libertação de Auschwitz, mas de muitas frentes, algumas mesmo difíceis, como foi o caso de Kharkov, onde o exército de Hitler foi horrível. Aquilo que o PSD e Teresa Leal Coelho querem, é embranquecer os crimes de Hitler. É assim que a direita procede na sua mentalidade.

  • António Cruz

    29 Janeiro, 2021 às

    É preciso não apagar os factos históricos, nem os manipular E, considerar desde já que, a proposta da Sra.Teresa Leal Coelho é ela em si mesma, um acto fascista. Convém lembrar a essa senhora que, quem libertou os campos de extremínio, foi o Exército Vermelho que, para chegar até lá, perdeu 20 milhões de companheiros que, deviam merecer mais respeito por parte da referida senhora. Senhora que , durante o famigerado governo do conservador (para não lhe chamar outra coisa), Passos Coelho, foi uma sua acérrima defensora. A senhora Teresa Coelho também se esqueceu que, foi o Exército Vermelho a dar um contributo fundamental, para pôr fim ás ambições de Hitler, dizimando uma parte substancial do seu exército na célebre batalha de Stalingrado , avançado pelo leste e pelo sul a caminho de Berlim , ponto na prática, fim à guerra.

  • José Fontan

    29 Janeiro, 2021 às

    Ai Grilo, Andas sempre a ziguezaguear, esse teu geito já vem de longe, toma juízo. João Ferreira diz e muito bem ” A libertação não caiu do céu”

  • Francisco

    29 Janeiro, 2021 às

    O mais grave disto tudo é termos Assunção Cristas a ensinar um deputado do Bloco.

  • José Manuel Jara

    29 Janeiro, 2021 às

    O Grilo tem um debil gri gri quer agradar a todos, fica no meio e perde a esquerda em bloco

  • José Santa-Rita

    28 Janeiro, 2021 às

    E já agora para todos os interessados informo que cada vez que vierem falar em países terceiros cada vez que se falar dos Comunistas portugueses e/ou do Partido Comunista Português se dirijam, sff, às Embaixadas, Consulados e Representações diplomáticas desses países ( Cuba, Venezuela, etc) e aí apresentem os vossos argumentos e se revoltem e se rebelem contra as Constituições nacionais desses Países, em sede própria.
    Os Comunistas poetugueses cumprem e procuram fazer cumprir a Constituição da República de Portugal tal e qual fez o Candidato às Presidenciais João Ferreira.
    Ok amiguinhos????
    Bem haja.

  • Maria jose ribeiro

    28 Janeiro, 2021 às

    O preconceito anticomunista embota a razao, tornando ignorantes e negatiivistas da história da humanidade quem se arroga de intelectual esclarecido. Claro que foram os soviéticos quem mais vidas perderam no combate contra a. Barbárie nazi , em defesa da paz e.da humanidade, contra o racismo, a xenofobia , pela liberdade e os direitos dos povos a
    terem a sua.patria soberana seja qual for a cor a etnia a.religiao a.difersnca. E triste que as novas gerações estejam desinformadas e que outros com responsabilidade políticas e sociais não consigam ser serios. KPara
    bens joao ferreira.

  • Luís Miguel Bento

    28 Janeiro, 2021 às

    Já ontem (27 janeiro), nas notícias das 20.00h transmitidas no canal público nacional (RTP 1), falaram da libertação do campo de concentração de Auschwitz sem qualquer referência a quem o libertou.
    Claro que está omissão não foi por acaso!
    🤬

  • Mário Pádua

    28 Janeiro, 2021 às

    A revisão da História é por quem ? Quem ignora que os soviéticos libertaram do nazismo em 1944-45 uma grande parte da Europa ? Que durante uma grande parte da guerra os nazis concentraram na frente leste até 90% dos seus efectivos ? Que foram os libertadores de Auschwitz e não só ? Uns dos negacionistas são pura e simplesmente ignorantes, manipulados pela direita que alimenta um anticomunismo próximo do dos nazis, outros são marionetas que distorcem a história para defender o capitalismo.

    • Jorge Nunes

      29 Janeiro, 2021 às

      …e que a maior parte dos judeus, ou talvez a grande concentração do extermínio humano pelo exército hitleriano, foi na União Soviética. Daí a importância dessa obra que é o Livro Negro, de Ilya Ehrenburg.

  • Jorge Nunes

    28 Janeiro, 2021 às

    Como disse bem o João Ferreira, a libertação não caiu do céu.
    Seria bom que Teresa Leal Coelho percebesse isso; como também percebesse que as vítimas judias do nazifascismo também aconteceram na União Soviética; que talvez não fosse má ideia a mesma vereadora ler o Livro Negro de Ilya Ehrenburg (já publicado em espanhol) que descreve o mesmo tema.

    • jeronimo joaquim gonçalves dos santos

      28 Janeiro, 2021 às

      Há a história verdadeira e outras que convêm inventa-las para descanso de muitas consciências afetadas e que anseiam por um perdão que nunca irá chegar.

      • Jorge Nunes

        29 Janeiro, 2021 às

        Ontem, até estive a pensar em duas perguntas para as pessoas, como a Teresa Leal Coelho ou a Assunção Cristas (metendo também o Sr. Manuel Grilo ao barulho), ou seja, o que para esta gente faz mais sentido? A invasão alemã hitleriana à União Soviética ou a vitória soviética em Berlim, em Maio de 45? Para mim, esta direita apenas mudou o rosto – a mentalidade continua a ser a mesma.

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