Andam a tentar vender-nos, com muita insistência, a ideia do “deputado da terra” (local), que vai para o parlamento “defender a terra” ou “lutar pelos interesses da terra”. É coisa que não existe. É um logro, uma falácia, uma mentira. É uma táctica eleitoral saloia e desavergonhada, que visa o saque de votos por ingenuidade e ignorância, e não por esclarecimento ou informação do eleitorado. Porque se fosse por esclarecimento ou informação do eleitorado, tais partidos teriam de explicar, devidamente, às populações, o que é que consagra a lei sobre o carácter nacional – e não regional – da representação parlamentar. E, portanto, isto do “nosso deputado” no qual “a terra” deve votar para que ele “nos possa defender”, no âmbito da nossa Constituição, é de tal forma aberrante e manipulador que, enquanto estratégia eleitoral, não se distingue em nada de qualquer outro malabarismo manhoso do Chega ou de André Ventura. É a este papel que PS e PSD se estão a prestar.
Os “deputados da terra”: na senda da aldrabice
