Cada partido é como o seu congresso

Nacional

Decorre até ao final deste fim-de-semana, em Almada, o XX Congresso do PCP, reunião magna que, no entanto e sem que desse conta a comunicação social já começou há meses.

Ao contrário da maioria dos outros partidos, em que os Congressos são eleições ou coroações, os congressos do PCP representam o culminar de um vastíssimo processo de discussão. Ao todo, de acordo com Jerónimo de Sousa, terão sido mais de 2000 reuniões em que participaram cerca de 20 000 militantes. Para fazer um congresso que comportasse a amplitude destes números, qualquer outro partido precisaria não de três, mas de 500 dias.

Mas não é só a dimensão que distingue um congresso comunista: ao contrário de um congresso do PSD, do PS ou do BE, em que a discussão gravita entre os nomes dos candidatos a chefe e respectivas moções, cerradíssimas, pré-feitas e investidas pelo voto com arbítrio irrestrito, no PCP elege-se o órgão de direcção colectivo e cada militante pode contribuir para alterar o Projecto de Resolução Política.

Talvez por isso previsivelmente, espantar-se-ão comentadores e indignar-se-ão politólogos com eventuais consensos e unanimidades, não querendo ver toda a discussão que está para trás, ignorando as alterações às teses, virando a cara ao impressionante exercício de democracia que é o XX Congresso.

Pelo sim pelo não, não há nada como seguir em directo e em primeira-mão o que discutem os comunistas: