Isto é genocídio – Somos todos palestinos

Internacional

Na Palestina, a cada três dias uma criança é assassinada por Israel. Nunca conheceremos os seus nomes, nunca ouviremos entrevistas com os seus pais, nunca veremos as suas caras. Porque um rocket palestiniano ser interceptado pelo escudo anti-misséis é mais relevante do que a vida de uma criança ser interceptada por uma bomba inteligente. Porque as lágrimas dos palestinianos valem menos que as de um israelita.

Agora está a recomeçar o massacre. Já chovem as bombas nos prédios de habitação da Faixa de Gaza, misturando a carne dos homens com a cinza das casas e o pó do cimento. E enquanto a comunicação social nos pasma com as farsas e façanhas do Mundial de Futebol, o genocídio continua: 20 mortos em 20 horas. 1 cadáver por hora. 5 crianças. 12 civis. Número desconhecido de feridos, amputados e desaparecidos.

Onde estariam os olhos da TVI, da SIC e da RTP se estas explosões fossem em Telavive, em São Francisco ou em Berlim? Como começariam os seus pivôs se os mortos fossem ingleses, israelitas ou islandeses?

Porque a comunicação social vai calar, é a nossa obrigação denunciar o que está prestes a acontecer: uma invasão terrestre sem precedentes, com mais de 40 000 reservistas convocados para espalhar a morte e a destruição nos guetos de um povo ocupado, desarmado e ocupado.

Que ninguém peça nada de “ambos os lados” sem a nossa indignação. Não há “ambos os lados”. Há um agressor e um agredido, um ocupante e um ocupado, um genocida e uma vítima.

Que todos tomem partido. Que ninguém seja neutro sob o risco de ser cúmplice. Nesta guerra desigual não se está do lado da paz sem estar do lado dos palestinianos nem se pode estar ao mesmo tempo com os israelitas e com os direitos humanos.

Que cada um de nós amplifique a verdade óbvia e crua: Israel é um Estado Terrorista, uma criação de fanáticos religiosos construída sob o racismo nas terras de palestinianos expulsos das suas casas.

Que se cale o futebol, que não sobrem mais risos, que acabem os comentários e cessem os voos dos pássaros. A Palestina está a morrer. Que se fechem as torneiras de águas mornas e as imparcialidades criminosas. Que o mundo detenha Israel ou a faça desaparecer. Para que os dois povos possam viver em paz.