Labrincha, desincha e passa

Nacional

Que o João Labrincha (quem? pois.) confunde bastante a realidade que existe com a realidade que ele gostava que existisse, já todos sabemos. Que gostaria de ser um grande líder dos intelectuais e dos burgueses, também sabemos. O que não sabemos de João Labrincha?

– Quem é.
– O que faz.

Diz-se um grande activista social, mas a verdade é que se perguntarmos a um trabalhador, a um investigador, a um comerciante, ninguém faz a mínima ideia de quem seja. Se então andarmos pelas redes sociais conseguimos descobri-lo no fantasmagórico 5 Dias, a espingardar por um minuto de atenção.

O que faz João Labrincha para ter atenção?

(sem qualquer hierarquia)

Fórmula n.º 1: Escrever o nome «Joana Amaral Dias» por ser um nome bastante googlado e talvez se sente diante do computador esperando que algum dos resultados seja o blogue onde escreve.

Fórmula n.º 2: Escrever 10 vezes PCP, sem qualquer critério (como qualquer leitor observará pelas abstrusidades históricas ali descritas e aqui muito bem comentadas), para que, uma vez mais, consiga que o google lhe dê uma ajudazita para ver se lá vão parar os mais incautos.

Fórmula n.º 3: Raquelvarelizar o discurso – O PCP tem culpa de TUDO. É isso mesmo, de tudo. Mesmo de sufocar os movimentos sociais, designadamente o Que se Lixe a Troika, que num dia 2 de Março de 2012 mobilizou 1 milhão de pessoas por todo (sim, todo) o país, grandolou tudo quanto era Ministro, gargalhou Gaspar, fez Relvas balir (não vale dizer que foram os dois ministros que se demitiram). Bandidagem, a mobilizar gente para a rua.

Fórmula n.º 4: A 24/11/2014 tenta ridicularizar um movimento que nascia sob o nome Juntos Podemos porque estava a mobilizar pessoas e os de João Labrincha… não.

Fórmula n.º 5: O PCP tem culpa de TUDO. Eu sou do PCP. Além de mim estava um camarada a assistir à Assembleia, sendo que eu fui como convidada para um dos painéis, falar sobre corrupção. Aparentemente, os dois que lá estávamos conseguimos tomar conta de tudo, senhores. Tudo.

Fórmula n.º 6: Depois da OPA hostil do MAS ao Juntos Podemos, a comissão dinamizadora, ao que parece, extinguiu-se, por não querer avançar para um partido com base num partido já existente. Diz que as decisões são tomadas por maioria. E que a maioria venceu (largamente), deixando o MAS sozinho. João Labrincha tem aqui a sua oportunidade e escreve novamente que a culpa é do PCP. Claro.

Mas alguém devia dizer que João Labrincha se ridiculariza a cada parágrafo que escreve. Por um lado porque parece o Sarkozy a por-se de bicos de pés e a tentar, a todo o custo, ficar na primeira fila da manifestação de poder dos países capitalistas, mesmo que isso lhe custe um abanão de um segurança semita.

Por outro lado, alguém que defende (…) a liberdade e o poder popular não pode, porque é contraditório consigo mesmo, atacar pessoas que participam em movimentos sociais por serem militantes de um partido. Não pode criticar que pessoas se auto-organizem e convidem quem bem entenderem para espaços de reflexão. Não pode sentenciar outras iniciativas como más simplesmente por não participar nelas. Sobretudo não pode reescrever a história. E esta última é mesmo capaz de ser a mais importante. Porque quem reescreve a história, normalmente, são os opressores. Aqueles que João Labrincha diz, nas redes sociais, que combate.

Da minha parte, posso afirmar que, de tantos anos de luta e de militância vi o João Labrincha duas vezes: uma numa reunião de movimentos sociais e outra no Pic Nic da precariedade da Interjovem a intervir contra o movimento sindical. Na rua, nas greves, nas empresas . . . não reza a história que o tenha visto. E ele, normalmente, gosta de se colocar em sítios onde a comunicação social o veja.

*Nota: escrevi isto simplesmente porque não gosto de desonestidade intelectual e de ignorantes atrevidos. Confesso que pouco posso acrescentar ao que conhecem de Labrincha. Mas deixo-vos com este vídeo de entretenimento, onde ele está, que, a meu ver, define tudo sem precisar de palavras.