Normandia

Internacional

É inegável a importância do desembarque na Normandia, ocorrido a 6 de Junho de 1944 (sublinho, 1944) para o desfecho da II Guerra Mundial. É inegável o heroísmo daqueles que desembarcaram na Normandia. Muitos dos soldados envolvidos na operação pagaram o mais alto preço e os seus camaradas que sobreviveram recordam-nos seguramente como exemplos de altruísmo e coragem. Sem o desembarque na Normandia os acontecimentos posteriores teriam certamente seguido um rumo diferente.

Coisa diferente (muito diferente) é a tese do “Dia D” como o momento que marcou o início do fim do nazi-fascismo alemão. É falso. Quando a 6 de Junho de 1944 (sublinho novamente, 1944) é aberta a chamada “segunda frente” na Europa e se dá o desembarque das tropas ingleses, francesas e norte-americanas naquela linha de costa já a II Guerra Mundial se travava em solo Europeu há 5 (cinco!) anos. Estalinegrado saira vitoriosa em Fevereiro de 1943. O exército vermelho avançava imparável para ocidente, levando à sua frente um exército alemão desorganizado e em fuga. Em Berlim uma parte do III Reich desenvolvia esforços para que uma aliança entre Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos detivessem “a ameaça comunista”. A vitória soviética era inevitável.

Assim, afirmar-se que o “Dia D” foi “a invasão que acabou com Hitler” (como faz hoje o DN na sua 1ª página) é, muito mais do que um disparate, revisionismo histórico.

A minha vénia, a minha homenagem, a minha eterna gratidão aos homens comuns que em Junho de 1944, a menos de um ano da rendição nazi (ocorrida em Maio de 1945) tudo deram na luta contra o fascismo alemão.

Quanto ao resto, é propaganda ou simples ignorância. O DN não merecia este absoluto estado de decadência em que se encontra.