O muito mediatizado – diria até festiva e apaixonadamente celebrado – acordo entre PS e PSD, não pode deixar de ser visto como um acto absolutamente normal. Mais do que possível ou provável, o encontro convergente entre os dois é acima de tudo ideologicamente inevitável. Mais tarde ou mais cedo, cairiam nos braços um do outro, alinhados sob qualquer pretexto de circunstância. Sabemos agora, de uma forma mais clara, que as declarações de António Costa sobre a “negação” ou “impossibilidade” da criação de um bloco central valem zero, e que a “possibilidade” de tal acontecer já não é sequer uma “possibilidade”: na verdade, ela já começou a ser construída.
Não é notícia que o acordo tenha acontecido. Notícia seria se ele nunca viesse a acontecer. Não é novidade para ninguém – e não era necessário o pretexto dos fundos europeus e de uma falsa descentralização que continua a ignorar a regionalização – que PS e PSD estão de acordo em quase tudo. Estão de acordo na forma como seguem submissamente os mandos dos directórios internacionais, na forma como encaram o mundo “intocável” da finança, na forma como desprezam os direitos laborais, na forma como privilegiam o sector privado em detrimento do público, na forma como ignoram a cultura e as artes, ou ainda, e sobretudo, na forma como pretendem garantir o seu rotativismo de “mudança para que tudo fique na mesma”.
Se a convergência PS e PSD era inevitável, inevitável terá também de ser a resposta dos trabalhadores e do povo português. A prática política deste governo PS, bem como as declarações nada inocentes de muitos dos seus responsáveis em particular durante as últimas semanas, têm indicado uma trajectória que inequivocamente afasta o partido das convergências que visavam uma mudança de caminho em face do do governo anterior, mas que, compreensivelmente, o aproximam agora e cada vez mais do seu destino e da sua verdadeira marca identitária.
Se o governo PSD/CDS acabou derrotado e derrubado pelo estado a que condenou o país, ao aproximar-se desse rumo, o mesmo acabará por suceder também ao PS. Saiba, porém, o PS que estes acordos nupciais não vão caindo em saco roto. Os sinais são lidos e interpretados. A mensagem é recebida e o seu teor “ilumina” os passos futuros. Que não restem dúvidas de que os trabalhadores e o povo saberão dar a rápida e enérgica resposta que esta “sintonia de direita” reclama.
22 Abril, 2018 às
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22 Abril, 2018 às
…E DO PEQUENO!
22 Abril, 2018 às
Jose, maximus omnis asinus.
19 Abril, 2018 às
O ACORDO NORMAL PARA QUEM ESTÁ AO SERVIÇO DO GRANDE CAPITAL!