A nova fase da política de direita

Nacional

Os últimos meses foram mostrando os limites finais e intransponíveis da actual solução governativa. O potencial de progresso que este governo transportava, a capacidade de reparar os destroços sociais do anterior governo PSD-CDS, esgotou-se, insuficiente, na irresolúvel natureza de classe do Partido Socialista.

Não se trata de apreciação pessoal nem de julgamento de intenções: parcialmente cumpridas as posições conjuntas assinadas à esquerda, o PS, cujo apanágio nunca foi morder a mão do dono, recusa-se a beliscar a legislação laboral de Passos Coelho, une-se à PàF para manter o País agrilhoado ao serviço da dívida, adopta como seus os ditames de Bruxelas e mantém incólumes as prioridades do governo anterior: fortunas para os bancos falidos dos privados e cortes para a cultura do povo; precariedade para a juventude e benefícios fiscais para as grandes fortunas; desprezo pelas necessidades do Serviço Nacional de Saúde e rapapés para as confederações dos patrões.

O que este governo teve de bom, a travagem e desaceleração do ímpeto destruidor do anterior governo PS-PSD, foi até onde a esquerda e a luta dos trabalhadores obrigaram e até onde o capital  e a direita permitiram. A corda esticou ao máximo e as contradições da actual solução governativa não permitem que o PS se equilibre mais tempo em cima do muro.

Os trabalhadores exigem horários dignos, salários mais altos, serviços públicos gratuitos e de qualidade e uma política fiscal justa. A actual solução governativa, aquém de tudo o que era preciso, provou que é possível outra política sempre que há vontade política. O problema não é «o Diabo» nem o défice, nem o crescimento económico, é mesmo a vontade política. O PS não a tem. Tenhamo-la nós para fazermos por nossas mãos tudo o que a nós diz respeito, já dizia a velha canção.

4 Comments

  • Nunes

    6 Abril, 2018 às

    O problema dos josés (ou «coitadinhos» e que desesperadamente andam aqui todos os dias obcecados a ler os textos publicados…) é o anti-comunismo. Esta sociedade tem uma base conservadora muito forte e o anti-comunismo foi, em grande parte, incitado pela Igreja (dita «católica»).
    Também me parece que a solução vai pela negociação de estratégias e que os comunistas portugueses devem fazer para que os eleitos do PS optem por políticas socialistas e não pelo contrário. De facto, se não for o PCP e a defesa dos princípios, a sociedade caminhará para o desastre.

  • maria

    5 Abril, 2018 às

    pois a mim parece-me que se pcp,pev e be souberem "negociar" estratégias, talvez o pm "obrigue" alguns ministérios a mudar de rumo!!
    o que me custa mais é ter os josés a aplaudiar a Nossa luta.
    Não nos devemos esquecer que demorámos 40 anos até podermos influenciar um governo…. porra não tenho mais 40 anos….

  • lp16

    2 Abril, 2018 às

    Nas Empresas e na Rua, a Luta Continua.
    Sabotagem, Rebelião, Desobediência, Agitação!

    • Jose

      4 Abril, 2018 às

      Assim é que é falar!

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