–«CP está a ficar sem comboios e à beira do colapso. Com uma frota envelhecida, comboios avariados e oficinas sem pessoal, a CP está à beira da ruptura. Concurso público para comprar material circulante ainda nem tem caderno de encargos e a empresa está a ficar sem comboios» (Público, 11/07/2018). O que é que isto significa? Que se está a preparar terreno para a liberalização da ferrovia já agendada para 2020. Sem o estorvo do «operador Estado», ou com ele reduzido a farrapos, é mais fácil aos operadores privados dominarem mais um serviço público.
O processo em curso não tem nenhuma originalidade. Há que enfraquecer o serviço, destrui-lo a pouco e pouco e, sobretudo, colocar os utentes contra quem os presta. Criado, fomentado, orquestrado, perpetrado o enfraquecimento que leva a uma necessidade de mudança, é só acenar com “a alternativa” da privatização. Prometem-se os mesmos resultados que se prometeram com outros serviços e sectores entretanto liberalizados, como os combustíveis ou os CTT, passando pela energia (gás e electricidade) e serviços de saúde (PPP’s), com os efeitos que hoje, mais do que nunca, se conhecem. Os preços não baixam, antes não param de aumentar, os serviços não melhoram, antes não param de piorar. Enquanto a situação económica e social piora, os privados lucram como nunca.
É importante lembrar que para que a CP fosse aquilo que é hoje foi necessário um esforço enorme do país durante muitos anos. Foi criado um grande serviço, uma grande empresa, com o objectivo de servir o povo português, que o ergueu, que o pagou, que o “resgatou” várias vezes. Passado todo este tempo, os que o edificaram vão ter de pagar por ele novamente, porque os governos assim querem e os utentes assim o permitem. Os privados preparam-se para abocanhar a carne e deixar os ossos. Porque os governos assim querem. Porque os portugueses assim o permitem. É preciso uma inversão de rumo. Mas a sério, sem fazer de conta.
15 Julho, 2018 às
Pessoal confortado em cima de ruínas, é a história da CP.
A luta continua!
11 Julho, 2018 às
Os utentes permitem!? É uma projeção, como aliás o resto do artigo!? Mas não seria esse tipo de projecções e de porvir que deveriam ser consolidadas pelos mais conscientes, pelas vanguardas, pelos revolucionários, pois não!?? Afinal por quem sois!? Se é para venderem as profecias das desgraças já nos basta a comunicação social dominante!!!
Nem uma palavra, nem um pensamento para a rendição!!!
A luta é o caminho!!!
VENCEREMOS!!!