Que força é esta?

Nacional

No dia 6 de Março de 1921 nascia o Partido Comunista Português. Ao contrário de outros partidos comunistas do ocidente, o PCP nasceu da vontade dos trabalhadores, da necessidade que sentiram de criar uma forma organizada de resistência e luta no rescaldo da I Grande Guerra, com Portugal assolado pela pobreza, fome e desemprego.

Então, 93 anos depois, tantos anos passados, que força é esta?

A diversidade do enorme colectivo que constitui o PCP, o seu património de luta, a sua história de resistência e a sua visão de um futuro melhor, por uma sociedade livre, sem exploradores nem explorados. A forma como cada militante vive o PCP. Não se está no PCP. É-se do PCP e o PCP é de cada um de nós.

Eu aprendi a ser do PCP nos anos 90, quando surgia nas páginas dos jornais o Bloco de Esquerda. A vontade de intervir politicamente surgiu desde cedo, talvez por ter nascido filho de um operário metalúrgico e de uma empregada têxtil. O meu pai, primeiro amigo e depois militante do PCP, manteve-se sempre fiel aos seus princípios, discordando, concordando, como acontece com todos nós, militantes, mas sempre com a noção do que é o colectivo.

A minha mãe, iludida PSista, levou-me, em 1986, para os festejos da vitória de Mário Soares nas Presidenciais. Hoje, arrepende-se. É militante do PCP, pois claro, que foi a vida que a fez militante.

A minha chegada à JCP surgiu naturalmente, pela ligação que encontrei junto da organização. Uma ligação que mantenho, agora no PCP, assumindo toda a responsabilidade que encerra o que é ser comunista.

Somos todos os dias questionados por amigos e conhecidos sobre leis gerais, leis laborais, economia, direitos. E temos de ter resposta para tudo, sob pena de ouvirmos um “então és comunista e não sabes?”

Dá muito trabalho ser comunista, estarmos a par de tudo e mais alguma coisa, levarmos pancada por erros e desvios de outros países que afirmam o comunismo como objectivo, e, ironia suprema, levarmos por tabela por, supostamente, sermos todos iguais. Sejamos nós quem formos.

Ora, ninguém é igual a quem quer que seja. Mas a verdade é que, no Partido, somos um mais completo. Aprendemos com os camaradas mais velhos e mais novos, aprendemos a verdadeira noção de fraternidade e de militância, que todos os anos fica espelhada na Festa do Avante!.

Não somos perfeitos, ninguém o é também. Mas a nossa ligação aos problemas das populações e dos trabalhadores, as propostas que fazemos, são a maior arma que temos contra o silenciamento do PCP e dos caminhos que defende para o país.

E as colagens, as distribuições, as reuniões, as concentrações, as manifestações.

Dá trabalho? Dá. Mas, se não desse, não seríamos comunistas.