Num momento em que decorre um processo para o maior despedimento colectivo da história da Administração Pública – 697 trabalhadores do Instituto de Segurança Social – decorre um «concurso» para a sua direcção.
E quem são os fantásticos e felizes «concorrentes» sobre os quais Mota Soares (CDS-PP) terá que decidir?
A lista com os candidatos à presidência que ficaram apurados foi enviada pela comissão de recrutamento ao Governo no dia 5 de Dezembro:
– Ana Clara Birrento, directora do centro distrital de Setúbal e candidata a eurodeputada pelo CDS-PP;
– António Pombeiro, auditor e antigo deputado independente também pelo CDS-PP;
– Jorge Campino, vice-presidente da câmara de Aveiro, liderada pelo social-democrata Ribau Esteves.
– Para os dois lugares de vogal foram seleccionados seis candidatos, embora dois deles façam parte das duas listas. Um é Paulo Ferreira, que também está na short-list para a vice-presidência. Outro é Luís Monteiro, vogal do ISS desde Setembro de 2011 e que antes foi assessor do primeiro-ministro para as áreas sociais. Foi também assessor do grupo parlamentar do PSD, desempenhou funções de assessoria na Câmara de Lisboa e foi administrador não-executivo da Valorsul.
Constituição da República Portuguesa
Título IX
Administração Pública
Artigo 266.º
Princípios fundamentais
1. A Administração Pública visa a prossecução do interesse público, no respeito pelos direitos e interesses legalmente protegidos dos cidadãos.
2. Os órgãos e agentes administrativos estão subordinados à Constituição e à lei e devem actuar, no exercício das suas funções, com respeito pelos princípios da igualdade, da proporcionalidade, da justiça, da imparcialidade e da boa-fé.
Chama-se a isto, a este tão curioso concurso, corrupção. De estado.