Pela minha terra clara
e o povo que nela habita
e fala a língua que eu falo,
juro nunca me render
Pelo menino que fui
e o sossego que desejo
para o velho que serei,
juro nunca me render
Pelas árvores fecundas
que nos dão frutos gostosos
e as aves que nelas cantam,
juro nunca me render.
Pelo céu que não tem margens
e as duas nuvens boiando
sem remorso nem receio,
juro nunca me render
Pelas montanhas e rios
e mares que os rios buscam,
com o seu murmúrio fundo,
juro nunca me render
Pelo sol e pela chuva
e pelo vento disperso
e pela plácida lua,
juro nunca me render
Pelas flores delicadas
e as borboletas irmãs
que nos livros espalmei,
juro nunca me render.
Pelo riso que me alegra,
com a sua nitidez
de guizos e de alvorada,
juro nunca me render.
Pela verdade que afirmo,
dos que a verdade demandam
até à contradição,
juro nunca me render.
Pela exaltação que estua
nos protestos que não escondo
e a justiça que os provoca,
juro nunca me render.
Pelas lágrimas dos pobres
e o pão escasso que comem
e o vinho rude que bebem,
juro nunca me render.
Pelas prisões em que estive
e os gritos que lá esmaguei
contra as mão enclavinhadas,
juro nunca me render
Por meus pais e meus avós
e os avós dos avós deles,
com o seu suor antigo,
juro nunca me render
Pelas balas que vararam
tantos peitos de homens justos
por amarem muito a vida,
Juro nunca me render
Pelas esperanças que tenho,
Pelas certezas que traço
Pelos caminhos que piso,
juro nunca me render.
Pelos amigos queridos
E os companheiros de ideias
Que são amigos também,
juro nunca me render.
Pela mulher a quem amo,
Pelo amor que me tem,
Pela filha que é dos dois,
Juro nunca me render
E até pelos inimigos,
que odeiam a liberdade
e por isso não são livres,
juro nunca me render.
(Armindo Rodrigues)
13 Junho, 2020 às
Pelo muito que lutámos,
Pelo muito que lutamos,
Pelo muito que temos que lutar,
Juro nunca me render.
12 Junho, 2020 às
Recordo com saudade as lutas sindicais que juntos com muitos outros travámos, o combate pelo jornalismo livre e democrático que queríamos e conseguimos, o camarada que nunca desistia, o amigo que sempre admirei Fernando Correia
12 Junho, 2020 às
GRANDE PENA
11 Junho, 2020 às
Vais fazer muita falta na nossa luta e no nosso convívio, António.
11 Junho, 2020 às
Um abraço solidário.
10 Junho, 2020 às
Belo poema em memória de um homem vertical que deixa muitosd amigos e tantos camaradas.