Alerta, com raro alarde, o Governador do Banco de Portugal, para o risco de uma “euforia de crédito” no imobiliário. Respondem que “não” os banqueiros, e tranquilizam os portugueses com a fala mansa que já lhes conhecemos e que há muito nos sai demasiado cara.
Autor: Miguel Tiago
Chamem-me quando for para falar de política
Eu quero partidos próximos dos cidadãos, presentes em todo o território, por isso aceito a isenção de IMI para permitir essa presença.
Eu quero partidos financiados pelos seus próprios militantes e simpatizantes e não pelo Estado, por isso aceito que não haja um limite para os fundos não estatais que um partido pode receber.
PS: um jogo novo?
A brilhante intervenção do Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares no encerramento do debate do Orçamento do Estado para 2018 é a prova de que o Partido Socialista pode constituir-se como força de esquerda através da alteração da correlação de forças entre PS e PCP no quadro geral da Assembleia da República.
Ao cuidado de Miguel Gomes e do cinema
Quando o Governo PSD/CDS fez aprovar a lei do cinema em 2012, num contexto de penumbra e falta de recursos, o sector foi seduzido por um discurso de abundância que só o PCP combateu.
No 104º aniversário do nascimento de Álvaro Cunhal
Cumprem-se os 104 anos do nascimento de Álvaro Cunhal.
Não há homenagens justas que não passem por dar o que temos todos os dias para a construção do socialismo e para a superação revolucionária do capitalismo. Esse compromisso que cada um de nós assume individualmente e cumpre também colectivamente é a forma mais digna de honrar todos quantos deram a sua vida pela luta dos povos, pela emancipação dos trabalhadores e pelo comunismo. Contudo, hoje a minha luta passa por escrever estas palavras que, não sendo de homenagem, são de assinalamento de uma data e de valorização de um contributo teórico e prático que tendo sido determinante em várias fases da vida do Partido Comunista Português e do próprio Povo Português, é hoje ainda muito importante.
Das três condições à solução política actual
Há quem diga que a “geringonça” – como lhe chama quem diz isso – teve a sua sementinha aqui, ainda em Setembro, quando Catarina Martins, pelo BE, dá uma primeira indicação sobre o diálogo com o PS, no estilo tradicional do BE de não hostilizar o PS e de dar até de barato que o PS será força maioritária.
Depois há quem diga que a solução política que actualmente observamos em Portugal e na Assembleia da República nasce aqui, quando Jerónimo de Sousa afirma que PCP e PEV rejeitarão o programa de Governo apresentado por PSD/CDS na Assembleia da República e avança que “PS só não formará Governo se não quiser”, em resposta a perguntas de jornalistas.
Os filhos do Condor
Quantos urubus sobrevoam hoje a República Bolivariana da Venezuela?
Enquanto que o processo bolivariano levou educação, cultura, alimentação, trabalho, habitação a milhões de venezuelanos, a grande burguesia nacional viu ameaçados os seus privilégios como nunca antes. Estava habituada a conviver lado-a-lado com os maiores barrios do mundo (favela), mas sempre protegida pelos seus para-militares e sempre dominando os sistemas de produção e distribuição. A opulência nunca foi ameaçada durante todos os anos em que a aliança entre a grande burguesia venezuelana governava o território venezuelano como capataz dos grandes grupos económicos e da administração norte-americana.
As chamas nunca foram de esquerda.
A tendência terrorista da direita faz parte do seu código genético. Só alguém distraído pode pensar que a mesma burguesia que está disponível para usar o fascismo como método do estado a fim de salvaguardar os seus privilégios teria algum prurido em usar o ataque cobarde como instrumento de disputa política.
Desde há muito que as chamas são instrumento da direita acossada e não precisamos regressar ao Reichstag incendiado pelas mãos de Göering e Hitler, pois temos ainda marcas recentes de 1975 em Portugal e muitos se lembram de quantas labaredas se espalharam pelos centros de trabalho do Partido Comunista Português e até pela floresta portuguesa sopradas por um destacamento terrorista dos sectores reaccionários.