Autor: Lúcia Gomes

Os polícias do Ventura

9 sindicatos das forças de segurança organizaram a manifestação de hoje. 2 convocaram, 7 juntaram-se. As suas reivindicações? Mais do que justas: Ler mais

Carta aberta a um fascista de 17 anos

Tem 17 anos e já transpira colonialismo e saudosismo bafiento em cada palavra. A sua genealogia ditou que pudesse ser publicado num jornal de referência do mofo salazarista mas o seu artigo é, para além de decadente (porque o jovem com tanto para dar mais parece uma criatura mumificada acabada de encontrar num qualquer cenotáfio de um panteão com festas de uma startup), perigoso e sintomático de uma pretensa elitezinha que acha que o país precisa deles. Ler mais

Este país não é para refugiados

“Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar”. Esta é a citação com que se apresenta a Plataforma de Apoio aos Refugiados, composta por entidades privadas, em cuja fundação se encontram as tão ilustres Caritas, Fundação Montepio ou Fundação EDP. De acordo com a comunicação social, Portugal acolheu 1548 pessoas ao abrigo de Programa de Recolocação da UE – 1192 transferidas da Grécia e 356 da Itália. A esta iniciativa, juntou-se o Programa de Reinstalação da ONU e que, entre dezembro de 2018 e março de 2019 trouxe 127 refugiados do Egito. Em abril, iniciou-se a fase de acolhimento a partir da Turquia e Portugal já receber 30 destes migrantes. A par daquele mecanismo de apoio aos migrantes deslocados. Portugal tem acolhido estrangeiros resgatados por barcos humanitários. E, em março, assinou um acordo com o governo grego para receber mais 100 cidadãos que se encontram deslocados neste país. Ler mais

Ninguém corre! Ninguém corre!*

NINGUÉM CORRE! Esta foi a expressão que aprendi ser dita por qualquer negro de um bairro periférico quando aparece a polícia. Serão já as décadas em que participo em manifestações e jamais me lembro de ter ouvido semelhante expressão. Aliás, ordem: ali, ninguém pode correr. Seja no Pendão, seja no Alto da Cova da Moura, seja no 6 de Maio, seja na Avenida da Liberdade. A negritude dita-lhes a regra: se corres, vão achar que fizeste alguma coisa. Vão apanhar-te, vão levar-te para a esquadra. E a verdade é que, dependendo da esquadra a que fores parar, não saberás exactamente como regressarás a casa.

Ler mais

Chaplin: o cinema e a necessidade de transformar o mundo

Charlie nasce a 16 de Abril de 1889 em Londres. Filho de um actor e de Hannah (conhecida nos palcos como Lili Harley), uma encantadora actriz e cantora, Charlie passa a sua infância na inenarrável pobreza londrina. A morte do pai e a doença mental da mãe deixaram-no com o seu irmão Sidney, de quem foi, aliás, separado, a lutar pela sobrevivência.

Ler mais

Montepio: a importância de ser associado

Têm sido rios de tinta os que correm sobre a maior Associação Mutualista do país. Ao longo de anos, uma sombra abateu-se sobre a história, a memória e a ação de uma instituição que deveria ser um farol de solidariedade social, de complementaridade das funções sociais do Estado, de transparência de isenção.

Ler mais

O outro lado da cortiça

Nasci, cresci e vivi grande parte da minha vida em Santa Maria da Feira. Ainda vivo espartilhada entre cidades, sendo que é ali o meu lar. No meu Partido, toda a vida, estive lado a lado com corticeiros. Era fácil saber quem eram mesmo sem lhes falar porque grande parte deles tinha marcado no corpo o seu saber. Literalmente. Uns tinham perdido um dedo na broca, outros parte de dedos.

Ler mais