Autor: Manifesto74

Até Sempre Comandante Mozgovoy

(Mozgovoy intervém nas celebrações da Revolução de Outubro)

Alexey Mozgovoy terá falecido hoje, vítima de um atentado, juntamente com mais três pessoas. Mozgovoy, originário da região de Lugansk,  foi poeta e solista de coro antes do despoletar do processo de fascização da Ucrânia, contra o qual se opôs activamente desde o início das manifestações pro-UE na Praça Maidan de Kiev, fundando o Batalhão rebelde Fantasma. Mozgovoy desde o início da guerra apelou à reconciliação de todos os ucranianos, de Oeste e Leste, insistindo na ideia da separação entre classes no interesse pela guerra civil e na necessidade de punir os oligarcas pela guerra e pelo saque do país.

Pela sua lucidez, coragem, exemplo e estímulo, Mozgovoy tornou-se um alvo prioritário. Por diversas vezes a sua morte foi tentada(e anunciada), surgindo daí a alcunha de Fantasma para o seu batalhão.
O exemplo de Mozgvoy perdurará.

* Autor Convidado
Filipe Guerra

Democratizar a Cultura, valorizar os seus trabalhadores

O PCP tem feito uma série de audições públicas que visam recolher depoimentos, propostas e ideias que possam enriquecer o programa eleitoral a apresentar às eleições legislativas. No dia 18 de Maio, foi a vez da Cultura, num debate bastante participado e intitulado “Democratizar a Cultura, Valorizar os seus Trabalhadores”.

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Ser arquitecta no país da austeridade, por Joana Pereira

É bom projectar a cidade, projectar o habitar, projectar cada espaço que serve o ser humano… para mim e para nós é uma função primordial, pois é presença constante em tudo no nosso quotidiano e que gera não só relações lógicas de vivência dos espaços, como também cria o património do amanhã.

É bom projectar, ser criativo e ter ideias para ajudar a solucionar problemas, as pessoas dizem; “oh arquitecto, como é que eu nunca me tinha lembrado disso antes?”, “oh arquitecto, era mesmo isto que eu queria”, “oh arquitecto precisava disto”, “oh arquitecto o que acha daquilo”. E é bom quando isso acontece, significa que de uma forma ou de outra o reconhecimento do nosso trabalho vai ganhando terreno. Mas infelizmente nem sempre isso acontece… e é então que me pergunto, porque continuamos nós sem uma tabela de honorários fixa e actualizada que possa defender estes arquitectos, que já vulneráveis às desculpas de uma suposta crise, não têm algo que os unifique e proteja… Desta forma, e desculpem a expressão, irão continuar a deitar-se muitas calças abaixo para que se consiga algum trabalho que coloque pão na mesa…

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“Medo e Revolução” por João Viana

A minha amiga Lúcia Gomes pede-me um texto e, em troca, dá-me liberdade para o escrever. Aceito a medo. Nas últimas comemorações do 25 de abril, ao olhar para um grupo que desce a avenida ostentado um cartaz onde se lê CORAGEM, dá-se o click. Vou falar-vos sobre o medo e também sobre revolução.

A forma como o medo pode durar e durar até perder-se nos tempos, mas também a forma como num simples piscar de olho o medo pode ir-se embora, dando lugar a uma revolução de criatividade, felicidade, progresso e tudo o mais que se quer da vida…. Há muito, muito tempo, lá na minha terra, em África, isto de que vos vou falar aconteceu.

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Ser técnico superior no país da austeridade, por Luís Capucha Pereira

Sou o Luís, tenho 34 anos, e dizem que sou um privilegiado. É o que me fazem crer, e a realidade, muito sem eu querer, obriga-me a anuir – tenho trabalho, dos mais estáveis e dos que apresentam melhores condições. Nunca ganhei muito, mas o salário nunca atrasou.

No entanto, desde 2008 que não tenho aumentos. Um terço do meu salário esvai-se em impostos diretos. Já não era bom, mas tem piorado, fruto da sobretaxa de 3,5% em IRS, do aumento dos descontos para a ADSE, eu sei lá!, até tenho medo de olhar para o meu recibo de vencimento…
Como sou um privilegiado, impuseram que trabalhasse 40h semanais como os restantes trabalhadores portugueses, também eles privilegiados, mas um pouco menos. Como sou um privilegiado, impuseram que tivesse 22 dias de férias, e não 25, como os restantes trabalhadores portugueses, também eles privilegiados, mas um pouco menos. Como sou privilegiado, retiraram-me quatro feriados – um privilégio para todos os trabalhadores portugueses: esses privilegiados de grau diverso. (É preciso… pois!) Tenho a minha carreira congelada e, quando descongelar, sei que vou demorar 10 anos para progredir um pouquinho, para esperar mais dez anos para progredir mais outro pouquinho e, assim, de dez em dez anos, até à reforma cansada (com sorte e o colesterol controlado talvez dure além da esperança!).

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OTHON e o direito à habitação

OTHON é uma curta metragem que mostra uma grande realidade. Filmado com a distância do documentário de observação, os realizadores passam um mês no antigo e luxuoso Othon Palace Hotel, em São Paulo, captando o quotidiano de um microcosmos de famílias que ocuparam o edifício há muito abandonado.

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