Capitalismo para totós I – Competitividade

Nacional

Competitividade – é a disputa entre trabalhadores para ver quem vende mais barato a sua força de trabalho, fazendo o jeito ao patronato. O termo em si comporta uma dimensão anti-progresso porque coloca os povos, os trabalhadores, em posições antagónicas entre si, iludindo que só a cooperação e não a competição pode gerar elevação do bem-estar de todos.

A aceitação de um paradigma de desenvolvimento baseado na competitividade implica a aceitação de um desenvolvimento inevitavelmente assimétrico, pois onde há competição há os que perdem e os que ganham. Assim, se o conjunto dos trabalhadores de um país trabalhar sem remuneração, o patronato daquele país apropriar-se-á de todo o resultado do trabalho. O país será, para o patronato, muito competitivo. Todos os trabalhadores perderam, independentemente do país em que vivem, pois os que trabalham sem remuneração perdem tudo, mas todos os restantes terão de assumir a diminuição da sua própria remuneração para garantir “competitividade”.

A ideia de competição entre trabalhadores, entre povos, nações ou estados, desvia para uma avaliação ideológica dos problemas do capitalismo errada, assente na clivagem intra-classe e não inter-classe. Os trabalhadores de qualquer país não competem entre si pelos recursos, na medida em que o trabalho é em si-mesmo um processo cooperativo, mas com o patronato de todo o mundo que parasita os resultados desse processo.