É oficial: a CDU triplica o número de deputados eleitos na Assembleia Regional da Madeira, passando de 1 para 3 e, ao mesmo tempo, retira a maioria absoluta ao PSD. Não é coincidência: o pior resultado de sempre do PSD é conseguido com o melhor resultado de sempre da CDU.
Desde o acto eleitoral que se suspeitava que podiam ter tido lugar irregularidades, mas a desconfiança recaía sobre os votos anulados. No entanto, de acordo com fonte do PSD, o problema estará relacionado com “um erro informático no carregamento de uma das mesas” ou, mais sucintamente, os votos foram mal contados.
A direita de Passos Coelho e Jardim recebe hoje uma derrota histórica entregue sob a curiosa roupagem de uma recontagem. Uma recontagem que não quer necessariamente dizer que a direita esteja tão isolada politicamente que só lhe reste a aldrabice, quer apenas dizer que o que parece inevitável e mesmo aquilo que é dado pelas notícias como decidido, pode e deve ser recontado. Nas mesas de voto, nas empresas e nas ruas, é urgente recontar cada voto, cada argumento, cada vontade.
Afinal de contas, ainda hoje às 18:00 o Jornal da Madeira dava conta que “A CDU perde votos e o PSD ganha”, numa notícia que seria menos indigna, caluniosa e mentirosa caso tivesse sido divulgada umas horas depois, no dia 1 de Abril, Dia das Mentiras e dos Votos Mal Contados.
(Adenda: Uma “recontagem” com os votos do Porto Santo descobriu um novo “erro”, também favorável ao PSD, que lhe daria a maioria. A CDU não reconhece este resultado, exige nova recontagem e não exclui seguir para o Tribunal Constitucional.)