Novembro 25 Dezembro: M74 contra os mitos

Nacional

Dia 25 de Dezembro, o Manifesto 74 existe há um mês. Foi a 25 de Novembro de 2013 que abrimos este espaço, para afirmarmos que por aqui, continuamos a não aceitar o que nos trouxe o 25 de Novembro de 1975. Mas será que estes dois dias têm mais semelhanças do que se possa pensar? Vejamos…

O pai natal não existe, e parece que o menino jesus era um lorpa, ou estava deitado ou estava estendido. Pior, ao contrário do que nos querem fazer crer, nem o santo em que se inspira o pai natal é um velhote muito branquinho vindo do Pólo Norte, nem o menino que nasceu em Belém era um bebé Dodot, polvilhado de pó de talco, branco, claro está. Depois há a mulher virgem a dar à luz, há a pomba, há a estrela guia, enfim, demasiada fantasia para um crente na Ciência conseguir levar o natal a sério. Há quem diga que é a festa da família, e até pode ser, mas não preciso de dia marcado para estar com a família e comer até rebentar. Sempre que venho ter com eles é o que se passa, a diferença é que há bacalhau.

Os meus amigos religiosos que me desculpem, mas continuo a ter apenas uma fé: as religiões são o principal entrave ao desenvolvimento do ser humano e, como consequência, à prosperidade e pacificação do planeta Terra.

E o 25 de Novembro? Digamos que anda próximo da fábula religiosa, também. Alguns animais falavam, há uma tentativa de criar um grupo que defende o Bem e outro grupo que defende o Mal, e supostamente acontece para travar um perigo que até hoje ninguém provou ser real. A conclusão desta história foi tendo os seus resultados, actualmente vivemos o seu apogeu.

Quem o fez e quem o adora, diz que o 25 de Novembro serviu para instalar uma verdadeira Democracia no país, mas é óbvio que esta moral da história é tão falsa quanto um trenó voador e movido a renas. Sabemos que serviu para travar a possibilidade de Portugal desenvolver um Socialismo sustentado e alicerçado no trabalho comunitário e solidário – com o alto patrocínio de vários socialistas de punho erguido -, e sabemos que serviu bem aos capitalistas e a uma direita que ainda hoje vai deixando escapar que precisamos de uma democracia musculada ou mesmo de a suspender durante algum tempo.

Estas duas histórias têm um mérito inegável: o marketing e a sua promoção, são impecáveis e implacáveis. E como qualquer boa história de ficção até criaram o seu próprio merchandising. A Igreja Católica, Frank Carlucci e Henry Kissinger não podiam estar mais orgulhosos.

O 25 de Novembro e o 25 de Dezembro são mitos suportados por factos retorcidos pela mão de ilusionistas. No Manifesto 74 escolhemos o nosso lado da História, foi por isso que no dia da abertura preferimos dar relevância ao dia seguinte, o 26 de Novembro de 2013. Um dos pontos mais altos da Luta contra este governo e a troika. E já agora, contra o 25 de Novembro.

Autor Convidado *
André Albuquerque