Diário de luta

Nacional

Escrevo a precisamente quinze minutos de se iniciar a sessão plenária da Assembleia da República que discute, pelo segundo dia, o programa apresentado por PSD e CDS, Passos e Portas, na sequência da sua indigitação por um Presidente da República que não tolera o seu próprio povo. Felizmente, o sentimento é cada vez mais mútuo e só é pena que tenha enganado tanta gente durante tanto tempo.

Escrevo porque é bastante provável que durante a sessão de hoje, as quatro moções de rejeição do programa do Governo, apresentadas por PS, PCP, BE e PEV sejam discutidas e tenham aprovação, provocando a queda do Governo mais reaccionário de que eu tenho memória.

Mas essencialmente para vos dizer isto: há dentro desta Assembleia que hoje reúne um grupo de deputados que esteve sempre do lado da luta dos trabalhadores, que não hesitou um segundo, que não sucumbiu ao charme do capitalismo travestido de falsos internacionalismos, um grupo de homens e mulheres comunistas que durante décadas trouxeram para dentro da Assembleia os problemas do seu próprio povo. Mas há muitos outros. E há dezenas e dezenas de deputados que ao longo da história da nossa instituição parlamentar – sejam do PS, PSD ou CDS – sempre se posicionaram contra os trabalhadores e ao lado dos monopólios.

Para os que se perguntam: “para que serve a luta?”

Deixo eu a seguinte questão: “que fariam hoje as dezenas de deputados do PS se não fosse a luta de milhares, milhões de portugueses, durante os últimos anos contra a austeridade, contra a política de direita?”

Achas mesmo que é o parlamento que está a derrubar o Governo PSD/CDS?

Então subestimas-te.