Este é o nosso cinema

Nacional

O que arde cura, Almas Censuradas, A Máquina, Lápis Azul,  Casa Manuel Vieira, Fontelonga, Outro Homem Qualquer, Alda, Brincar, Longe do Éden, Gambozinos, Luminità, Ophiussa, Terra de Ninguém, A Batalha de Tabatô,  O Frágil Som do Meu Motor, Além de ti, Um Fim do Mundo, Até Amanhã Camaradas, Quarta Divisão, É o Amor, A Última Vez que Vi Macau.

A Republica di Mininus, RPG, Comboio Nocturno para Lisboa, Em Segunda Mão, Pela boca morre o peixe, O Pesadelo de João, Pára-me de repente o pensamento, Quatro, Volta à terra, A família de Elisabeth Teixeira, Pessoas, Onde o meu amigo pintou um quadro, Flor azul, A Lã e a Neve, E agora? Lembra-me, Taprobana, Ennui ennui, Zwazo, Fratelli, Palácios de Pena, Baby Back Costa Rica, Liberdade, A History of Mutual Respect, Visionary Iraq Too Many Daddies, Mommies and Babies, Arabic Hare, Olympia 1, Olympia 2 (Short), Alvorada Vermelha, China China, Mahjong, Morrer como um homem, Carne, Manhã de Santo António, Boa noite Cinderela, Lisbon Revisited, 3x3D, CineSapiens, One Way or Another, Reflections of a Psycho Killer, O Barão, Rio Turvo, Arquitectura de Peso, Movimentos Perpétuos: Cine-Tributo a Carlos Paredes, És a Nossa Fé, Sudwestern, Os Homens-Toupeira, O Homem-Teatro, A Janela (Maryalva Mix), 25 de Abril – Uma Aventura Para a Demokracya, Lisboa-boa 345DT (Short), Esquinas Agudas, Portugal Ilimitado, A Janela Não É a Paisagem, A Konspiração dos Mil Tímpanos, Os Túneis da Realidade, O Dia do Músico, O Mundo Desbotado, Visões! Equações! Radiações!, Manual de Evasão, SWK4, A cidade de cassiano, Matadouro, Oh Marquês! Anda cá abaixo outra vez, Alfama, A piscina, Tabatô, A verdade inventada, Luz da Manhã, Um Dia Frio, Fim-de-Semana – Weekend, ,A Telefonista, Falta-Me, A Casa,O Regresso, 42,195 Km, O Jogo, Ossudo, Era Uma Vez Um Alferes, O Despertador, Arena, Cães, de Caça, Duas Pessoas, Casa na Comporta, Hotel Müller, A Fachada, Rafa, Um documentário bestial, Lucy, O Homem da cabeça de papelão.

Comecei e acabei com o nome de dois dos filmes que mais me marcaram nos últimos anos. Todos estes são filmes (curtas, longas, animação, documentários) que provavelmente nunca viram, nunca irão ver, sobre os quais nunca ouviram sequer falar.

É o nosso cinema. O cinema que fazemos, o cinema que temos. O cinema tão apreciado noutros países, distinguido nos palcos mais célebres, exibido em salas a milhares de quilómetros de distância. E, contudo, não são exibidos por cá. Ficam reservados a elites urbanas, neste ou naquele festival, sem que as gentes cheguem a saber que existem. Talvez por isso se diga tanta coisa sobre o cinema português que nada tem a ver com ele. Porque as distribuidoras dizem que não é comercial e não dá lucro. Porque o Governo não investe. Porque o Governo destrói o arquivo cinematográfico nacional. Porque o Governo (seja este, seja o anterior, seja o que antecedeu o anterior) nunca encarou a cultura como direito fundamental.

E ele sobrevive, faz-se, multiplica-se. Mas não chega até nós. E este é o nosso cinema. E é tão incrível o nosso cinema.

*Imagem do filme O que arde Cura, de João Guerra da Mata