O que a publicidade não diz sobre o Millenium BCP

Nacional

Que o Millenium BCP recebeu três mil milhões de euros do Orçamento do Estado – nossos, portanto.

Que há muitos meses o Millenium BCP anda a pressionar e a assediar os seus trabalhadores para que «rescindam amigavelmente» os seus contratos de trabalho.

Que uma grande sociedade de advogados é a responsável pelo plano de «rescisões» (e deverá estar a receber uns belos milhões).

Que o Millenium BCP num documento distribuído aos trabalhadores garantiu que se «rescindissem amigavelmente» receberiam o subsídio de desemprego porque já tinham a garantia do Secretário de Estado que viabilizaria isso mesmo (nota: o subsídio de desemprego só é atribuído em situações de desemprego involuntário. Em caso de rescisões amigáveis que ultrapassem a quota definida por lei – uma percentagem relativamente ao número total de trabalhadores – quando tais rescisões são feitas ao abrigo de «reestruturações» só é atribuído mediante despacho das Finanças nesse sentido).  Que o subsídio de desemprego, a ser pago, é pago por nós (a somar aos 3 mil milhões).

Que o Millenium BCP apresentou resultados negativos e imparidades que, no 3.º trimestre de 2013, atingiram em conjunto o montante de 1.600 milhões de euros – os custos com pessoal foram de 511,3 milhões – os trabalhadores nada têm a ver com isto – é pura má gestão.

Que o Millenium BCP e a UGT assinaram um acordo que prevê que a redução de salários, a possibilidade de, futuramente, o banco proceder a despedimentos, que o período de 4 anos (entre 2014 e 2017) não seja considerado para efeitos de contagem de diuturnidades; que, durante o mesmo período de tempo, as promoções por mérito sejam suspensas, sem prejuízo de a administração poder promover os amigos e correligionários.

Que enquanto «ajuda as empresas» e paga a publicidade descarada e mentirosa em toda a comunicação social, despede e rouba os salários de centenas dos seus trabalhadores e das suas famílias.

Que o Governo, nada faz, a não ser dar-lhes dinheiro enquanto nos exige sacrifícios.