Reivindicar, exigir, reconquistar Abril

Nacional

O mandato que o povo, através da nova composição parlamentar, entregou ao PS é uma procuração para a ruptura com as políticas de direita. Com esta procuração na mão, todos os trabalhadores ficam em melhor posição para reivindicar a devolução do que foi roubado, exigir mais direitos e reconquistar Abril.

Perdida a batalha eleitoral e abandonadas as esperanças de governar sob o protectorado de Cavaco, começou, porém, uma luta de morte pelo coração do Partido Socialista. Como demonstram as histéricas reacções do patronato e dos sectores mais reaccionários da direita, incansáveis na mnemónica da opção histórica de classe do PS, este governo tem apenas e somente duas opções: ou trai o grande capital monopolista ou trai os trabalhadores.

Pretender que a trajectória que o PS definiu para este governo, embora tímida e insuficiente, afaga os interesses dos grandes capitalistas portugueses é ignorar tudo o que aconteceu nos últimos dois meses. Acreditar que as grandes opções deste governo serão tomadas in vitro nos corredores de São Bento é não perceber porque caíram Passos e Portas.

Corolário do próprio desenvolver da luta de classes, as contradições que se avizinham no horizonte só poderão avolumar-se: entre o mandato do governo e o PS; entre a esquerda e a direita; entre a UE e o progresso; entre o Euro e a soberania… Perante todas as contradições, pode o povo apresentar a procuração que passou a este governo com condições, mais sérias que as de Cavaco: parar a austeridade; reforçar a contratação colectiva;  aumentar salários; taxar as grandes fortunas; parar as privatizações; devolver direitos; respeitar Abril.

Ainda não vamos em 2016 e já o novo ano cheira a luta… é tempo de conquistar.