Sondas manipuladas

Nacional

O Syriza voltou a ganhar as eleições na Grécia, obteve 35,5% dos votos, contra os 28% da Nova Democracia. Os números desta eleição mostram uma variação muito pequena, de todos os partidos, relativamente aos resultados do último acto eleitoral em Janeiro.

Apesar de referendos traídos, avanços e recuos nas negociações com a Troika, cisões internas e algumas novas coligações, as e os gregos praticamente não alteraram o seu voto. A grande variação deu-se na abstenção, que passou dos 35% em Janeiro para um valor a rondar os 43%.

Mas o grande derrotado da noite tem um nome: sondagens, que apontavam para um empate técnico entre os dois partidos. Esta eleição, é mais uma vez a prova de que as sondagens funcionam cada vez menos como uma ferramenta de informação séria e cada vez mais como uma ferramenta utilizada pelos grandes grupos económicos, através da comunicação social por si comandada, para manipular e influenciar o voto e distorcer aquelas que são as verdadeiras intenções de voto de cada um de nós.

Até dia 4 de Outubro, seremos bombardeados com tempos de antena, reportagens e directos de campanha, capas de jornais bombásticas, e com sondagens, muitas e para todos os gostos. E o para todos os gostos é o que prova que alguma coisa está errada com as ditas. Ora se a análise é científica e baseada numa só amostra, os cidadãos eleitores, como é possível existirem tantas discrepâncias nos números? Será interessante perceber que entidades fazem as sondagens, para que grupos de comunicação social e quais as ligações que esses grupos têm com os partidos do poder.

A única sondagem que importa e a única que é verdadeira, é a que cada
cidadão faz à sua consciência pessoal e social. É por isso que seria
interessante que nos 15 dias de campanha eleitoral, não fosse permitida a
publicação de qualquer tipo de sondagem, para que o voto fosse fiel a
convicções e não a uma ideia errada de que o voto útil é o caminho para
uma governação estável.

* Autor Convidado
André Albuquerque