Uma questão de rigor.

Internacional

Acho interessante e até justo que se lembre a República Federal da Alemanha, de forma tão regular quanto necessário, que após a II Grande Guerra aquele país beneficiou de um importante perdão relativo à colossal soma de dinheiro que, nos termos dos Acordos de Potsdam, era devida a alguns dos países “aliados”.

É todavia importa notar – ter presente quando se aborda o tema – que a RFA era, nesse momento histórico, apenas uma parte da Alemanha. E que a RDA não beneficiou do mesmo tipo de perdão acabando por pagar à URSS – de muito longe o mais devastado e martirizado país da Guerra -, nos termos de Potsdam, a quase totalidade das reparações devidas.

No livro “A outra Alemanha: a RDA”, que é a transcrição de uma longa conversa entre Luís Corválan (ex-secretário geral do PC do Chile) e Margot Honecker (comunista alemã que foi casada com Erich Honecker e desempenhou funções de governo na RDA) pode ler-se que segundo algumas estivativas, a RDA terá assumido 98% dos custos associados aos Acordos de Potsdam, o que aliás explica em parte a incapacidade da Alemanha “Oriental” para se reerguer tão facilmente como a RFA no período de grandes privações vivido pelos trabalhadores alemães – dos dois lados da fronteira – após 1945.

A “Alemanha” conheceu um perdão de dívidas após 1945? Se nos referimos à República Federal Alemã sim. Mas apenas esta.