5 mitos sobre a NATO (no dia do seu 65º aniversário)

Internacional

A NATO é uma aliança de democracias.

Errado. Não é hoje nem foi no passado. Basta lembrar que a ditadura fascista portuguesa foi admitida entre o núcleo de países fundadores da NATO. No presente, e não obstante o carácter subjectivo da caracterização de muitos países membros da NATO como “democracias”, lembro que a Turquia é membro da NATO. A Turquia que promove a ocupação ilegal da metade norte da ilha de Chipre (curiosamente Obama dorme tranquilo que esta ocupação) e que tem décadas de uma luta sangrenta contra os povos curdos da parte leste do país. A Turquia que tem sido uma das bases seguras para o fundamentalismo islâmico que tem destruído a Síria.

Ser-se “democracia” não é de forma alguma (nunca foi) critério para se pertencer à NATO.

A NATO é uma aliança defensiva.

Nunca foi uma aliança defensiva. Depois de 1991 e em particular com o seu “novo conceito estratégico”, a NATO alargou o seu âmbito de actuação a cenários de guerra que nada têm a ver com os países membros nem de forma alguma se relacionam com a defesa da sua soberania. Jugoslávia e Líbia são gritantes exemplos do mito que é a ideia de uma “aliança defensiva”.

A NATO surgiu após o Pacto de Varsóvia.

Errado: a NATO foi fundada a 4 de Abril de 1949. O Pacto de Varsóvia foi assinado a 14 de Maio de 1955.

A NATO actua dentro da “lei internacional”.

Errado: a NATO tem actuado por diversas vezes à margem da lei internacional, à mergem das Nações Unidos (caso da Jugoslávia, por exemplo) e utilizando armamento amplamente condenado pela comunidade internacional (armas de urânio, por exemplo) que está para além daquilo a que normalmente se chama “comunidade internacional” (leia-se Estados Unidos e União Europeia).

A NATO promove os “valores ocidentais” actuando em situações em que oss direitos humanos estão ameaçados.

Não sei bem o que são os “valores ocidentais” mas o que a NATO tem feito, em especial depois de 1991, é defender as suas pretensões a dominar recursos (em especial energéticos) espalhados por todo o planeta, em especial no Norte de África, Médio Oriente e Leste Europeu. O cerco que neste momento promove à Rússia e à China é bem a ilustração do carácter agressivo e provocatório do seu novo conceito estratégico.