5 razões para ir à Festa do Avante!

Nacional

Para quem nunca foi à Festa do Avante! aqui ficam cinco boas razões para o fazer este ano pela primeira vez:

1 – Não é um festival: é o maior evento cultural do país

Quando sobre o Avante! se diz que «não há festa como esta» é porque, há 40 anos consecutivos, a iniciativa politico-cultural do PCP não tem paralelo em Portugal. Nem em qualidade, nem em diversidade, nem em dimensão. Este ano, ao longo dos dias 2, 3 e 4 de Setembro, Beethoven, Verdi e Bizet vêm à festa com a Orquestra Sinfonietta de Lisboa, os Xutos e Pontapés tocam os clássicos do rock português; do Brasil chega o samba, e hiphop de Criolo; Sérgio Godinho e Jorge Palma juntam-se para celebrar quatro décadas de carreira e de festas; da Irlanda rebelde vêm os ritmos celtas dos Charlie and the Bhoys; de Cabo Verde vêm os enormíssimos Ferro Gaita; os Diabo na Cruz explicam porque é que ganharam o Portugal Festival Awards; a Orquestra do Hot Clube dá-nos o jazz; os Peste & Sida dão-nos o punk; os mexicanos Los de Abajo dão-nos o ska; Ana Moura dá-nos o fado…

A isto, acrescentemos outros 100 concertos distribuídos por uma dezena de palcos, uma feira do livro fértil de conversas e apresentações, um espaço dedicado à ciência com experiências, debates e exposições, um espaço dedicado a todos os desportos por onde passarão 15 mil atletas de 300 colectividades, clubes e associações. Some-se a dança, o parque infantil mais bonito do mundo, um teatro com 10 espectáculos; um cinema com 20 filmes portugueses; uma bienal de artes plásticas e tanto, tanto mais, que o melhor é mesmo consultar o programa aqui.

2 – O ambiente de igualdade e amizade é único

Conta-se que quando o Chico Buarque actuou na Festa do Avante! de 1980, terá dito ao Zeca Afonso, também cimeiro nesse cartaz, que «nunca tinha visto um comunismo tão bonito», ao que o autor da Grândola respondeu «este comunismo é diferente: é português». Passados 36 anos, toda a gente se trata por «camarada» na Festa, sendo ou não militante do PCP, que é outra forma de dizer que, naquele espaço, somos todos iguais, valemos todos o mesmo. Uma coisa rara nos dias que correm.

Este é um espírito que nasce com a construção da Festa, feita unicamente com o trabalho militante dos comunistas e prolonga-se no imenso trabalho que, durante três dias, a Festa reclama. Da limpeza das casas de banho ao trabalho de arquitectura, da pintura de centenas de murais tão bonitos como efémeros, à confecção de deliciosos pratos regionais… Tudo, literalmente tudo, é feito não a troco de dinheiro, mas por uma causa, por um ideal. E isso nota-se num ambiente de alegria, liberdade que não poderia existir em qualquer outra Festa.

3 – A festa é verdadeiramente para todos

A Entrada Permanente para os três dias da Festa custa 23 euros. Isto diz muito. Tornou-se comum cobrar 200 euros por um bilhete para um festival mas, já o dissemos, a Festa do Avante! não é de todo um festival: é uma festa dedicada a todos os que, em Portugal, vivem do seu trabalho e o PCP, melhor que nenhuma outra força política, conhece a dura realidade que enfrentam os trabalhadores. O resultado é uma Festa onde quem ganha o salário mínimo, está desempregado, precário, a part-time ou a recibos verdes pode ver ópera, ouvir música clássica, ir ao teatro, entrar num museu, ir a um concerto e muitos outros direitos que sucessivos governos transformaram num privilégio.

E quando dizemos que a Festa é para todos, não falamos só dos bolsos: grupos de música tradicional transmontana, no Palco Arraial, convivem lado a lado com bandas de jazz, no Palco 1.º de Maio; bandas de jovens, apuradas em concursos por todo o país, mostram-se pela primeira vez ao grande público; a poucos metros, sobe ao Palco Alentejo o cante. Por ser tão livre, tão heterogénea, a Festa do Avante consegue esta proeza de atrair adolescentes, famílias com crianças e bebés e casais de idosos, imigrantes e emigrantes, gente de todas as orientações sexuais, cores, idades e feitios.

4 – A política é diferente porque o Partido é diferente

Num país em que demasiados trabalhadores não querem saber de política e acham que os «partidos são todos iguais», a Festa do Avante! é um testemunho valioso de que a política é diferente quando o Partido é diferente. Para muitos, a Festa representa um primeiro contacto com aquilo que a política devia ser: uma luta pelos nossos interesses colectivos enquanto classe. Durante os 3 dias da Festa, centenas de milhares de pessoas podem participar em mais de 100 debates sobre o que realmente interessa: como podemos aumentar os salários, impor justiça fiscal a milionários e banqueiros, melhorar o Serviço Nacional de Saúde, garantir uma Educação pública, gratuita de qualidade a todos os níveis de ensino, cumprir o direito à habitação, devolver os direitos e rendimentos que foram roubados, entre muitos outros temas, da ciência à situação internacional passando pelas artes.

A disponibilidade do PCP para ouvir e dialogar demole velhos preconceitos anti-comunistas e constitui um exercício democrático único no país: a Festa do Avante! é o maior e mais aberto fórum político de Portugal. Números conservadores fixam em pelo menos 5000 o número de pessoas que, na Quinta da Atalaia, vêm dar a sua opinião e ouvir as propostas dos comunistas. A riqueza política da Festa faz dela uma experiência profundamente marcante e enriquecedora para quem a visita pela primeira vez: só quem já foi sabe porque é que «A vida são 2 dias e a festa são 3».

5 – O país e o mundo em 30 hectares

A Quinta da Atalaia é o único lugar do mundo onde se pode telefonar a alguém a perguntar «Onde estás?», ouvir de volta «Estou no Chile, e tu?» e responder «Então começa a andar para Santarém e encontramo-nos na Madeira». Nos 28 hectares da Quinta da Atalaia, sete deles por estrear, contam-se 120 restaurantes regionais e internacionais. Cada organização do PCP traz, com indisfarçável orgulho, a gastronomia e o artesanato da terra, mas também a discussão atenta sobre os problemas locais: o hospital que falta; a portagem que não devia existir; a escola que precisa de obras e também, por outro lado, o contributo concreto da CDU para melhorar a vida das populações.

Por seu turno, a Cidade Internacional acolhe mais de 30 partidos políticos de todo o mundo que mantêm relações com o PCP. O mais valioso que trazem à Festa não é apenas a comida e a música tradicional dos seus países, é a solidariedade internacionalista. Para compreender a ameaça que o fascismo e o imperialismo representam, não há nada como conversar pessoalmente com um camponês da duramente reprimida Marcha Patriótica da Colômbia, com um guerrilheiro da Frente Polisário do Saara Ocidental, com um comunista ucraniano na clandestinidade ou com um herói da Frente Popular para a Libertação da Palestina.

Toda a informação sobre a Festa do Avante! está disponível aqui.