Com a aquiescência encalistrada do governo PS, o patronato declarou Guerra Total aos trabalhadores do Porto de Lisboa. Guerra Total no sentido clássico, em que tudo vale, para a qual todos os recursos são mobilizados e que cujo alcance político é vertiginosamente ilimitado. Quando os rufias da Associação de Operadores do Porto de Lisboa respondem a uma greve com uma ameaça de despedimento colectivo, o que na realidade nos vêm dizer é que, neste país, podem fazer tudo o que lhes der na real gana.
Em directo, no telejornal, os terroristas avisaram que por cada novo dia de greve vão despedir mais trabalhadores. Como recordou o deputado ao Parlamento Europeu pelo PCP, João Ferreira, o Código do Trabalho é claro neste ponto: «É nulo o acto que implique coacção, prejuízo ou discriminação de trabalhador por motivo de adesão ou não a greve.» e «Constitui contra-ordenação muito grave o acto do empregador que implique coacção do trabalhador no sentido de não aderir a greve, ou que o prejudique ou discrimine por aderir ou não a greve». Mas os senhores que operam o nosso Porto acham que, no nosso país, estão acima da lei. O problema é que o Porto não é deles: é nosso e eles somente o operam; o País não é deles: é nosso e eles somente o exploram.