Passado o mês de Junho, as calçadas ainda encrostadas de glitter puído, voltam as empresas à costumeira exploração a preto e branco.
Junho recebe o cognome de “mês do orgulho LGBTQIA+” em honra das manifestações de Stonewall ocorridas em Junho de 1969 nos EUA. Stonewall Inn, um bar nova-iorquino, era sujeito a constantes rusgas policiais e, na noite de 28 de Junho, alguém parece ter dito “não” através do arremesso de um tijolo ao corpo policial, desencadeando uma resistência em massa. O mito diz-nos que o tijolo iniciático foi propelido pela mão de uma mulher transsexual; a realidade não lhe acompanha o glamour pós-moderno: nem era Marsha P. Johnson uma mulher trans (havendo-se considerado sempre, a si próprio, um homem gay que se tranvestia), nem foi dele que partiu o ataque desencadeador da revolta. O mito serve décadas de apagamento da luta histórica, de importante impacto social e político, de mulheres lésbicas da classe trabalhadora, votando Stormé DeLarverie e um soco muito bem arremessado a um polícia ao infeliz esquecimento.