No passado dia 5 de junho, o Polígrafo, órgão que se descreve como especializado em verificação de factos, utilizou uma imagem onde surge o meu nome, após a partilha de uma foto no Facebook, à qual acrescentei um comentário. Indo por partes, para que se possa perceber o que está em causa. As festas da Azambuja, Festas de Maio, tiveram lugar entre os dias 3 de Maio e 30 de Junho e, entre as muitas outras atividades e iniciativas, conta-se uma largada de touros. Esta decorre nas ruas da cidade, incluindo na Rua Victor Cordon, 74, onde está localizado o Espaço Bloco, pertencente ao Bloco de Esquerda.
Autor: Ricardo M Santos
Tavarish e o seu pequeno mundo

“Por acaso, foi uma ideia minha”, dizia, em 2015, Passos Coelho sobre a utilização de fundos de pensões gregos para capitalizar a banca daquele país. Quatro anos depois, Rui Tavares, o Pequeno Gigante da Esquerda, revela, numa entrevista ao portal Notícias ao Minuto que, por acaso, “houve Geringonça porque fizemos muito trabalho para isso” e, numa entrevista à Lusa, no mês passado, considera-se mesmo pai espiritual da atual situação governativa: “Rui Tavares assinala, porém, que os dirigentes do Livre sempre foram conhecidos como “os pais espirituais da geringonça”.
O cozinheiro Kiko e as fake news
Hoje debate-se, no Parlamento, a desinformação. Há uns dias, a Agência Lusa organizou uma conferência sobre fake news. Do que ouvi, tirando o Paulo Pena, foi muito pouco relevante e continua a haver um discurso redondo dentro dos próprios profissionais da área da comunicação social: Os media têm de combater as fake news, mas não refletem no papel que desempenham na disseminação de fake news. Uma oradora usou mesmo, na sua apresentação, um print de uma notícia falsa publicada pelo Expresso, sobre uma suposta diretiva de Bruxelas (imagem daqui). Nicolau Santos, jornalista e administrador da Lusa, referia no evento que “o que se pratica nas redes sociais não é jornalismo, feito segundo os códigos de ética a que os jornalistas estão obrigados”. Em 2004, no entanto, “os códigos de ética a que os jornalistas estão obrigados” permitiram ir para a neve às custas do BES, cuja lista de jornalistas avençados continua em segredo. Mais tarde, em 2012, o mesmo jornalista lançou para o estrelato Batista da Silva, um especialista da ONU, quando, afinal, Batista da Silva era ninguém. Há, assim, aqui vários pontos interessantes a considerar, que, creio são relevantes para atendermos ao estado dos media em Portugal.
Sanções à Venezuela: Cronologia de uma morte lenta
Hoje mesmo, o autoproclamado presidente de qualquer coisa na Venezuela, Juan Guaidó, vem pedir à UE que imponha novas sanções ao povo venezuelano. O sofrimento do seu povo ainda não é suficiente, Guiadó quer mais, precisa de mais, para que a estratégia resulte. Sobre sanções, já aqui escrevi o seguinte, em relação a outro assunto: “[Até 2006] Em 50 anos, foram impostas 141 sanções a países. Dessas 141 sanções, 85 foram impostas unilateralmente pelos EUA, com motivos tão diversos como desestabilizar Allende no Chile, apoiar a UNITA em Angola, na Nicarágua para desestabilizar os sandinistas, em Granada para afetar os simpatizantes comunistas, em Cuba para atacar os comunistas, na Jugoslávia para atacar Milosevic. Em todas elas, os que mais sofreram foram os povos afetados por este tipo de medidas, que, a cobro de desculpas como o “restabelecimento dos direitos humanos” – uma das justificações que surge amiúde quando se trata de embargos e sanções a países africanos – morreram e morrem aos milhões, todos os anos, devido à guerra económica movida pelas potências dominantes no panorama internacional.
O eurocentrismo de Duarte Pacheco

Não, este não é só um texto sobre a Venezuela. Esta é uma reflexão sobre declarações proferidas por Duarte Pacheco, deputado do PSD, no Esquerda-Direita da SIC Notícias, sobre a legitimidade da ONU e da UE. Duarte Pacheco não é só mais um deputado, é também secretário da Mesa da Assembleia da República. A desvalorização do papel da ONU é um padrão que tem vindo a ganhar adeptos entre os representantes dos Estados mais reacionários e unilateralistas, como Trump nos EUA e Bolsonaro no Brasil.
A ignorância de Bruno Caetano
Confesso que, até ontem, não sabia quem era Bruno Caetano. Continuo sem saber porque não acompanhei a TVI nem a TVI24 num dia que foi inteiramente dedicado à promoção do fascismo, com palco dado a um criminoso condenado, envolvido num homicídio resultante de crime de ódio. Fui, no entanto, acompanhando as redes sociais ao longo do dia. Hoje, deparo-me com um comunicado do Bruno Cateano, jornalista, ainda que, ao que parece, sem carteira profissional. O repórter do programa da manhã da TVI começa por afirmar, num comunicado, que apenas visava ouvir Mário Machado e as suas convicções sobre Salazar. Ora, caro Bruno, as convicções de Mário Machado são conhecidas de todos, há muitos anos. É um neo-nazi assumido. Deixa-me então ir, ponto por ponto, onde é que o teu comunicado é estúpido e ignorante. E, repara, faço isto partindo do princípio, benéfico para ti, que és de facto ignorante e não o fizeste de forma premeditada para agora vires fazer este papel tão ao mais triste do que aquele que fizeste ontem.
Um tal de Soeiro

Na semana passada, fiz o post que se segue, em torno de uma imagem extraída do site do Bloco de Esquerda, onde pode ler-se “Justiça para os pedreiros”. Ora, confesso, nunca na minha vida tinha ouvido alguém referir-se a pedreiro como sendo trabalhador das pedreiras. Nem eu, nem a Classificação Nacional de Profissões, disponível aqui, no site do Instituto Nacional de Estatística.
Silêncio

Calados, caladinhos, cabeça baixa, orelhas que tapem os ouvidos, que vão falar os comunistas. Os velhos e cansados, os que desde 1921 que vão acabar, os retrógrados e contra o progresso, mais o liberalismo que é o futuro, mais o feminismo urbano-burguês. Mudos, calados obedientes, que o pensamento é só um, só pode ser um, que é a natureza humana. Calem-se as ideologias estafadas da igualdade de oportunidades do trabalho com direitos e do direito ao trabalho. São millenials, querem T0 com 2 metros quadrados, querem Uber e Glovo, que se foda quem paga as motas e os carros. Isto salva-se com o Banco Alimentar, desde que não haja bifes, porque temos de deixar que nos roam os ossos. Não há uma app que mastigue por mim? É a vida, só há um caminho, é a natureza humana, que é fodida, porque o ser humano é egoísta quando nasce. Claro que há igualdade desde que não abane o défice, que o défice cai bem em qualquer mesa, não pode é haver muita chatice, diz que é pessoal lá em Bruxelas que diz que somos uns calões; calados e mudos. O quarto poder e tal, que anda um bocado mau, o senhor Presidente da República até falou sobre isso.