Banda Bassotti, vozes comprometidas com o internacionalismo

Internacional

Cinco anos depois da explosão popular que tingiu de vermelho as ruas e avenidas de Manágua, o grupo punk italiano Banda Bassotti deu um concerto naquele país centro-americano. Em plena guerra entre os combatentes da Frente Sandinista de Liberación Nacional (FSLN) e a Contra (abreviatura de contra-revolucionários) financiada, treinada e armadas pela CIA, os Banda Bassotti seguiram o caminho de muitos grupos que da Europa foram à Nicarágua mostrar que a solidariedade internacional é a ternura dos povos.

Em 1994, dez anos depois do espectacular atentado que a resistência salvadorenha executou contra o coronel Domingo Monterrosa Barrios, o grupo punk italiano Banda Bassotti dá um concerto em El Salvador. A mais sanguinária figura militar do regime, obcecada com a destruição da rádio Venceremos, voz oficial da guerrilha Frente Farabundo Martí para la Liberación Nacional (FMLN), foi decepada por um genial plano das forças revolucionárias. Os guerrilheiros haviam conseguido que um comando do exército capturasse uma réplica falsa do aparelho transmissor e fizeram-na explodir quando o helicóptero que o transportava levava também o sinistro coronel. Na principal praça de San Salvador, os Banda Bassoti tocaram para 50 mil pessoas em conjunto com a banda basca Negu Gorriak.

Uma vez mais, seguindo o exemplo das décadas anteriores, a banda da periferia de Roma aterra na Palestina ocupada em 2004. O povo palestiniano levantava-se, uma e outra vez, para defender o seu direito à existência. A visita de Ariel Sharon à Esplanada das Mesquitas, quatro anos antes, havia espoletado a segunda intifada. No ano que antecedeu a viagem à Cisjordânia, os Banda Bassotti tocaram para milhares de pessoas na Festa do «Avante!». Fizeram-no um dia depois de ter sido lida a mensagem que Iasser Arafat dirigira aos participantes do evento organizado pelo PCP.

E agora que passam 30 anos daquela primeira viagem à Nicarágua, o punk comprometido dos Banda Bassotti voa até essa terra que sangra e que representa uma das primeira fronteiras da dignidade contra o fascismo. Por estes dias, vários grupos estrangeiros que os acompanham tentam romper o cerco mediático e resgatar a verdade que vivem os que lutam pela libertação do Leste da Ucrânia. Quando os fascistas galopam livremente com o apoio dos Estados Unidos e da União Europeia, os resistentes da região do Donbass não são apenas um exemplo para o seu povo. Eles são o muro de defesa antifascista que importa reforçar para extirpar de vez essa forma de capitalismo a que dão o nome de nazi-fascismo. A solidariedade com o povo e os combatentes de Donbass é urgente. Não passarão!