Se o sal preserva a comida e lhe dá sabor, assim devem ser os seguidores de Cristo, na Terra, segundo o Evangelho de São Mateus (5:13). Teologias à parte, hoje o planeta adormece bem mais insosso. Por todos os homens que nunca foram meninos, mas, igualmente, por todos os meninos que nunca chegaram a ser homens, Sebastião Salgado não só preservou a memória como imortalizou as lutas de gente sem nome nem morada, concedendo-lhe um lugar nas revistas e nos jornais, nos museus e nos livros de História. Não é, portanto, um trocadilho gratuito, este que convoca Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado, feitores do belíssimo documentário “O Sal da Terra” (2014), que acompanha a elaboração de “Génesis”, a obra-prima do fotógrafo brasileiro que integrou um grupo armado de Marighella, durante a ditadura militar, e plantou, com a esposa Lélia, mais de três milhões de árvores em área devastada.
Sebastião, Salgado em Terra insossa
