Todos os artigos: Nacional

*o sentimento de insegurança gerado pelas autoridades policiais – filmes na estação de comboio

Este post é uma republicação de um texto não assinado que relata uma sexta, de madrugada, na Estação do Rossio, em Lisboa, retirado daqui.

Sexta-feira à noite, estação do Rossio, em Lisboa: mais uma “operação policial para identificação de pessoas suspeitas de entrada e permanência ilegal no país”(…) e “do cometimento de certos crimes.”… Um grande aparato policial junta SEF, PSP e fiscais da CP. Objectivo: controlar os passageiros, nomeadamente imigrantes, enquanto saem das carruagens um a um, verificar a identificação de todos e, já agora, o título de transporte válido. Não é a primeira, não será a última, têm vindo a aumentar. Aliás, nessa noite há, em simultâneo, operações policiais semelhantes em várias zonas da cidade e na periferia. Quantas mais se juntarmos outras cidades e outros dias?

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Da pobreza: o elefante rico e a formiga desorientada

Escrever uma história é difícil, mais difícil ainda é escrever uma boa história, daquelas que prendem desde o início, que nos fazem apaixonar pelas personagens e pelos seus trajectos. Não esquecer que uma boa história deve conter algumas mudanças inesperadas na narrativa, para ficarmos de boca aberta e com vontade de ler, ouvir ou imaginar mais. O final é o mais difícil, é aquela parte em que há quem prefira finais felizes, há quem goste de finais realistas, “porque a vida é mesmo assim”, e há quem goste de finais dramáticos, cheios de sangue, suor e lágrimas, muitas lágrimas.

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Visite Lisboa, o maior parque temático do país. *Com o gentil patrocínio da Sonae

Certamente não passaria pela cabeça de ninguém privatizar uma cidade. Cidade enquanto espaço de pessoas, de trabalho, de habitação, de convivência intergeracional. Claro que há espaços privatizados mas o conceito de transformação da cidade como um espaço, ele próprio, privado, aberto apenas a alguns, eventualmente com reserva de direito de admissão é uma ideia estranha.

Assemelhada aos tempos medievais em que a muralha defendia e isolava a povoação, com a vantagem dos portões não serem, necessariamente, uma bilheteira.

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Na vida como no instagram: o yuppie português

Olá. Se calhar ainda não me conheces, mas eu sei que queres saber o que é que eu acabei de comer. Foi isto. Já viste? Por favor vê. É importante. Está aqui. Já viste? Se não vires aqui, também podes ver em todas as redes sociais, onde as coisas que eu transformo em cocó vivem eternamente na nuvem virtual, mesmo depois do pártenon ruir e da humanidade se extinguir. O meu softcake gourmet é agora imortal.

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Notas de actualidade

Enquanto o Governo aposta no corte dos salários dos trabalhadores e nas pensões; enquanto encerra mais 330 escolas depois de o anterior governo ter encerrado 4500; enquanto privatiza tudo o que mexe; enquanto se prepara para aplicar mais medidas de austeridade e de diminuir ainda mais o investimento público e enquanto desvia do país mais de vinte milhões de euros por dia para pagar a agiotas; o PS anda entretido na novela do líder. Não só não combate, como encobre.

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De cabeça baixa

Metro do Campo Grande. Um homem vendia a revista “Cais”. Entre os “não, obrigado” que rapidamente viravam a cara, com ou sem sorriso, uma senhora simplesmente fecha a expressão, baixa a cabeça e olha para os pés. A filha adolescente da mulher também fica muda e olha para o lado. O homem a fala sozinho durante uns segundos, até desistir.Há uns anos, de sorriso na cara, comprava a “Cais”, de vez em quando, dava uma moeda ou um pão, de vez em quando. Agora não posso, mas ainda consigo dizer sempre “não”, mas sorrio cada vez menos. Quanto mais evidentes são as minhas próprias dificuldades financeiras e de projectar o futuro, mais consciente fico de que a linha que divide uma vida digna, com um tecto e sem fome, de uma vida que não é bem uma vida, é mesmo muito ténue. E é uma linha intermitente, com cada vez mais buracos onde podemos tropeçar e cair.

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António Costa & Os Lugares Comuns

Talvez soe a nome de banda de garagem, de má qualidade por certo, mas – atenção! – ainda assim capaz de dar ‘música’ a muito boa gente. Não desvalorizemos nem subestimemos o fenómeno. Esta nova ‘banda’, lavadinha, com ar fresco, seria muito bem capaz – à semelhança de outras – de atingir o ‘top de vendas’ repetindo ad nauseam o seu único ‘hit’. Não tem substância artística, digamos assim, mas tem tão somente o condão de reproduzir ‘temas’ que entram facilmente no ouvido da larga maioria dos ‘ouvintes’. Tirando essa ainda assim eficaz ilusão, ou essa superficialidade sonora, a qualidade continua a ser tão má como a da ‘música’ que temos ouvido nos últimos três anos.

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