Imaginem que um músico norte-americano de rock fazia uma digressão pela América Latina e se tornava fervoroso apoiante das lutas da classe trabalhadora. Imaginem que decidia viver na Alemanha mas do lado certo do muro. Imaginem que se tornava num dos maiores ícones culturais e mediáticos do Leste Europeu produzindo não só música mas também participando em filmes e escrevendo livros.

Não é preciso imaginar porque, apesar de que tenha caído no esquecimento, existiu mesmo um músico que era apelidado de Elvis vermelho. O cantor Dean Reed arrastou multidões pelos países socialistas que se acotovelavam para conhecer o homem que havia abandonado o paraíso capitalista para abraçar a causa dos trabalhadores. Teve de abandonar o Chile depois do golpe fascista, que assassinou entre outros o seu amigo Victor Jara, pegou em armas e cantou ao lado do povo palestiniano e assumiu a defesa da URSS perante o ataque perpetrado por Alexander Solzhenitsyn. Para quem quiser saber mais pode ver aqui um dos documentários que abordam a vida de Dean Reed.