O bullying não acaba na Escola

Nacional

O Nélson tinha 15 anos e era vítima de bullying na escola. Este fim-de-semana o Nélson não aguentou mais e decidiu deixar de ser humilhado, matou-se. Apesar de já ter acompanhamento psicológico no próprio estabelecimento de ensino, o director da mesma consegue afirmar que na quinta e na sexta o Nélson esteve na escola e não estava a viver uma situação diferente do normal. Só que o normal do Nélson era sair de casa com medo. O director diz que realmente tinha havido uma “brincadeira”. É assim que o bullying continua a ser encarado por alguns, como uma “brincadeira”.

O Ministro da Educação, Nuno Crato, já reagiu: é necessário ser inflexível com o bullying. A Confederação das Associações de Pais também já disse ao Ministro que se ele continua a cortar na Educação, é muito natural que a vigilância destes casos e o apoio às vítimas sofra consequências sérias. E este mesmo Ministro que se mostra intransigente com o bullying, é o mesmo que desde que ocupa o lugar não faz outra coisa que não seja coagir os trabalhadores que tutela. O bullying não acaba na Escola. Este governo e o capital sabem disso, e praticam-no a cada dia, sem olhar a danos colaterais.

Vejamos o que se tem passado nas lojas Continente: 

“Entregues as declarações, o responsável dos Recursos Humanos chamou as chefias, pedindo-lhes que pressionassem os trabalhadores a rasgá-las.”

“Também em Alverca, «misteriosamente, a declaração assinada pelos trabalhadores, da noite para o dia, desapareceu do local onde tinha sido guardada».”

“Na loja de Cascais, uma coordenadora de Recursos Humanos permitiu-se rasgar informação do CESP à frente dos trabalhadores.”

E é ler o resto da notícia, há por lá mais “brincadeiras” que os patrões têm com os trabalhadores e trabalhadoras que lhes mantêm o negócio a funcionar.

Como escreveu ontem a Irene, “o número de suicídios em Portugal tem vindo a aumentar assustadoramente, cerca de 5% cada ano (sendo um dos países onde mais aumentou na última década), o número de doenças do foro psiquiátrico também, são cerca de 23% da população, o número de casos de depressão, em concreto, terá aumentado 30% num ano (sendo o país do mundo com a segunda taxa mais elevada). Mas destes sacrificados não nos falam os governantes nem os seus acólitos.”

Na Escola, no trabalho, em casa, há quem não aguente mais como o Nélson, há quem desista de lutar contra a depressão ou contra quem o oprime. Sei, e sabemos todos e todas, basta olhar à nossa volta, que estamos a
criar um país cada vez mais doente, desgastado, infeliz e ausente.

Também sei que o suicídio não é um exclusivo dos que mais dificuldades financeiras passam. Aliás, muitas vezes são esses os mais resistentes, a preocupação diária com a sobrevivência é tão avassaladora que não resta tempo para ponderar atitudes definitivas. A verdade é que, ao contrário da Grande Depressão de 1928, e como também dizia a Irene, “não há registo de banqueiros que se tenham suicidado” durante a actual “crise”.

Em 1929, nos Estados Unidos da América, os banqueiros que se atiraram das janelas dos seus gabinetes em Wall Street, sabiam que aquela crise os afectaria para sempre. Quer pela vergonha de terem cometidos actos de gestão irresponsáveis, mas principalmente porque sabiam que as suas fortunas tinham desaparecido em segundos e que o Estado não os ia perdoar e salvar da bancarrota.

Mas o capitalismo é inteligente, renova-se, repensa-se, encontra novas fórmulas para se proteger e para proteger os seus serventes. Nega a intervenção do Estado mas criou os mecanismos financeiros, económicos e mediáticos para que o Estado seja forçado e se force a resgatá-los. Quando esta “crise” rebentou havia uma certeza: os causadores da mesma não seriam verdadeiramente punidos pelos seus erros. Saiu a fava a um tal de Madoff e a mais três ou quatro, os sempre necessários bodes expiatórios sacrificiais que servem apenas para proteger todas e todos os outros.

Nesta “crise”, os banqueiros não se suicidam porque não foram afectados pela sua criação. Actos de gestão irresponsáveis e imorais? Não, é o risco! Bancos falidos e de portas fechadas? Nem pensar, é demasiado perigoso para a Economia, olhem o efeito-dominó! Multas e penas de prisão para quem criou esta bolha especulativa? Então mas já não dissemos que é só risco?

O Nélson não aguentou mais. O Dimitris não aguentou mais. Este casal de aposentados espanhóis não aguentou mais. Os desempregados italianos não aguentaram mais.

O bullying não acaba na Escola. O bullying começa sempre com “brincadeiras”. A austeridade é uma “brincadeira” de gente grande. A austeridade faz bullying financeiro e emocional, e por isso mata.

Autor Convidado *
André Albuquerque

não
há registo de banqueiros que se tenham suicidado. – See more at:
http://manifesto74.blogspot.pt/2014/01/doentes-mentais.html#sthash.tghdAzpd.dpuf
O
número de suicídios em Portugal tem vindo a aumentar assustadoramente,
cerca de 5% cada ano (sendo um dos países onde mais aumentou na última
década), o número de doenças do foro psiquiátrico também, são cerca de
23% da população, o número de casos de depressão, em concreto, terá
aumentado 30% num ano (sendo o país do mundo com a segunda taxa mais
elevada). Mas destes sacrificados não nos falam os governantes nem os
seus acólitos. – See more at:
http://manifesto74.blogspot.pt/2014/01/doentes-mentais.html#sthash.tghdAzpd.dpuf
O
número de suicídios em Portugal tem vindo a aumentar assustadoramente,
cerca de 5% cada ano (sendo um dos países onde mais aumentou na última
década), o número de doenças do foro psiquiátrico também, são cerca de
23% da população, o número de casos de depressão, em concreto, terá
aumentado 30% num ano (sendo o país do mundo com a segunda taxa mais
elevada). Mas destes sacrificados não nos falam os governantes nem os
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O
número de suicídios em Portugal tem vindo a aumentar assustadoramente,
cerca de 5% cada ano (sendo um dos países onde mais aumentou na última
década), o número de doenças do foro psiquiátrico também, são cerca de
23% da população, o número de casos de depressão, em concreto, terá
aumentado 30% num ano (sendo o país do mundo com a segunda taxa mais
elevada). Mas destes sacrificados não nos falam os governantes nem os
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O
número de suicídios em Portugal tem vindo a aumentar assustadoramente,
cerca de 5% cada ano (sendo um dos países onde mais aumentou na última
década), o número de doenças do foro psiquiátrico também, são cerca de
23% da população, o número de casos de depressão, em concreto, terá
aumentado 30% num ano (sendo o país do mundo com a segunda taxa mais
elevada). Mas destes sacrificados não nos falam os governantes nem os
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O
número de suicídios em Portugal tem vindo a aumentar assustadoramente,
cerca de 5% cada ano (sendo um dos países onde mais aumentou na última
década), o número de doenças do foro psiquiátrico também, são cerca de
23% da população, o número de casos de depressão, em concreto, terá
aumentado 30% num ano (sendo o país do mundo com a segunda taxa mais
elevada). Mas destes sacrificados não nos falam os governantes nem os
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