Chegou-me hoje às mãos o Correio da Manhã com um novo anexo de publicidade. Um folheto A5 do Partido Popular Europeu e do CDS, com direito a fotografia do senhor irrevogável semi-primeiro-ministro.

Não foi caso único, como já tive oportunidade de confirmar. Mas não nos espantemos. Aliás, tudo o que venha daquele campo político há muito que deixou de espantar.

Afinal, se há dois dias foi a banca, mais precisamente o Millenium BCP, a comprar as falsas primeiras páginas de todos os jornais, por que não hão-de fazer semelhante os seus funcionários políticos?

Devia haver uma linha clara a separar publicidade da propaganda política, mais não fosse, a questão de princípio – ia dizer moral mas é manifestamente exagerado para o quadrante político em causa.

O Correio da Manhã é um jornal controverso, que leio como leio outros, sem preconceitos. O jornal vende mais que os outros e se nem sempre concordo com a linha editorial, o mesmo acontece com outros, supostamente mais virados para a intelectualidade ou para a Academia, como agora é moda chamar nalguns círculos.

Se o CDS poderá ganhar alguma coisa com isto, não sei. Sei que o CM perde, porque nem toda a publicidade deveria ser aceite. Muito menos quando não é publicidade, mesmo que paga a peso de ouro. O CDS está só ao nível a que nos habituou.