Quando Fidel Castro levantou um paralítico que era apenas terrorista

Internacional

Armando Valladares foi polícia da ditadura de Fulgencio Baptista. Depois da revolução cubana, em 1959, protagoniza uma campanha de atentados contra o país. As vítimas foram numerosas e a maior parte era constituída por civis. No dia 4 de Março de 1960, faz explodir o navio belga ‘La Coubre’ e como resultado da acção terrorista morrem 101 pessoas. Nesse mesmo ano, Valladares é preso enquanto preparava um novo atentado. O tribunal condena-o a 30 anos de prisão.

Nos anos 80, com Reagan na presidência dos Estados Unidos, será utilizado para tentar descredibilizar a revolução cubana e inventa um passado de poeta, com o livro Na minha cadeira de rodas. Armando Valladares finge-se paraplégico e lança-se uma campanha mundial pela sua libertação. As autoridades cubanas não cedem.

Para o desmascarar, o governo cubano filma secretamente a cela durante 24 horas por dia e descobre que a paralisia de Valladares é uma fraude. Fidel Castro faz-lhe uma proposta. Será libertado com uma condição: caminhar até ao avião com as suas próprias pernas. Desmorona-se, assim, a imagem de Armando Valladares.

Depois da sua libertação, não há qualquer poesia recente que se lhe reconheça. A última produção literária data de há 20 anos e trata-se de um livro de memórias que foi reeditado pela editora italiana Spirale.

Actualmente, é um gestor de sucesso numa empresa imobiliária com sede em Miami e que tem desenvolvido uma profunda especulação através deste negócio no norte do Estado espanhol. Com a subvenção pública da União Europeia de 60 milhões de euros.

Não pode haver circo sem palhaço. E no dia 20 de Março de 2008, o circo foi a Roma com muitas surpresas. Entre elas, um milagre que devolveu a vida às pernas de um paraplégico. Mas não um paraplégico qualquer. Um paraplégico que assassinou centenas de pessoas em Cuba. Um circo preparado pelo Comité de Defesa da Revolução [cubana] de Roma para Armando Valladares.

3 Comments

  • Jorge

    29 Julho, 2021 às

    Excelente iniciativa e texto, Bruno.
    Há mais histórias, como esta, que desmascaram aqueles que hoje são anunciados pela nossa comunicação social como os libertadores de Cuba, em Miami.
    Um abraço
    Jorge

  • Marilia Silva

    25 Julho, 2021 às

    Em todo o mundo existem desses palhaços e há sempre inteligentes que acreditam e os veneram

  • Beta Ornelas

    24 Julho, 2021 às

    Excelente!
    Fidel sempre na defesa do seu povo, mas homem de Palavra!
    CUBA VENCERÁ!

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