Um saco de plástico pago não polui?

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Actualmente quando faço compras, recebo três ou quatro sacos de plástico para as levar até casa. Geralmente não pago pelos sacos, excepto num ou outro supermercado. Mesmo quando pago, o preço do saco fica em torno de 2 cêntimos. Depois de utilizar os sacos para transportar as compras, geralmente uso os sacos para transportar coisas na moto, incluíndo a roupa suja, para colocar o lixo e para transportar o lixo.

A partir de dia 15 de Fevereiro, uma nova lei entra em vigor, para supostamente diminuir o consumo de plástico. Então vejamos: eu continuarei a ir às compras e, eventualmente passarei a utilizar uma alcofa para transportar as compras. Contudo, continuarei a precisar de sacos do lixo. Como tal, das duas uma: ou compro os sacos de transporte das compras por 10 a 12 cêntimos ou compro sacos de plástico para o lixo que são maiores, mas mais baratos.

Quem tiver muito dinheiro continuará a comprar o número de sacos que lhe apetecer. Os que têm menos dinheiro terão de começar a pagar por algo que sempre esteve já incluído no preço dos produtos: o saco de plástico.

O que devia ser feito era proibir a distribuição de sacos não biodegradáveis, gratuita ou paga, para ricos ou para pobres. Ao mesmo tempo, assegurar a diminuição das toneladas e toneladas de embalagens supérfluas que são vendidas juntamente com os produtos. Se eu quero iogurtes, não quero papel nem cartão. Se eu quero tomates, não quero cuvetes. Se eu quero bolos não quero plástico. Se eu quero chocolates, ou cereais não quero tintas, nem papelinhos dourados. Façam o exercício e vejam quanto do que compraram vai para o lixo assim que começam a arrumar as coisas no frigorífico ou nos armários. Agora ainda pensam que o problema está nos sacos de plástico gratuitos aos quais até davam uso? Ou está na trampa que nos é imposta sem qualquer possibilidade de reutilização, apenas servindo o fim de embelezar os produtos e de fazer publicidade a esta ou aquela marca?

Contra esta proposta, surgiu uma outra, do PCP, que propunha a proibição de distribuição de sacos não biodegradáveis, bem como a proibição de utilização de embalagens que não tenham como utilidade a individualização ou a preservação do produto, e ainda a promoção da utilização de embalagens com tara para estimular a sua reutilização. Qualquer uma destas medidas representava uma diminuição muito substantiva da carga poluente que cada um de nós acrescenta à natureza. Todas foram rejeitas.

Mas há uma taxa nos sacos de plástico.
Educar ambientalmente pela carteira não é proteger o ambiente, é guardá-lo para que só os ricos o possam estragar.