A crise da esquerda no Ocidente é a crise do liberalismo perante o retorno do fascismo. Até há pouco tempo, o voto em soluções simbólicas parecia inteligente: votar Livre, BE ou PS seria uma forma de soprar os valores de esquerda numa ordem que, sem esse compromisso totalmente feito de cedências políticas e avanços retóricos, seria ainda pior. Mas esse jogo está a acabar – e é o fascismo que está a vencer. Nas eleições de 18 de Maio, o eleitorado que se identifica com esses valores de esquerda tem diante de si duas opcões: o suicídio político ou o voto na CDU.
Votar nos congéneres portugueses de Kamala Harris, incluindo os ecos de Bernie Sanders ou Alexandria Ocasio-Cortez, é pavimentar o caminho para um um Trump português. Já praticamente indistinguíveis, PAN, PS, BE e Livre são iterações ideológicas do mesmo liberalismo social de Kamala Harris, Bernie e AOC que se tornou repulsivo para milhões de trabalhadores estado-unidenses: elitista; desligado do mundo do trabalho; imperialista; cosmopolita e desenraizado da cultural nacional. Não importa se gostamos mais ou menos de Kamala, de Bernie ou de AOC: já sabemos que não funciona. Ler mais