Autor: António Santos

15 falácias para não votar CDU

Volvidos 39 anos de retrocessos sociais marcados pela continuada aleivosia de três partidos (PS, PSD e CDS-PP) que se alternam, ufanos, no poder, muitos portugueses parecem presos, na hora de votar, a velhos preconceitos. Extraordinariamente, mesmo diante de uma força política diferente e com décadas de provas dadas, há quem aposte por castigar a austeridade do PS votando no PSD, para, no acto eleitoral seguinte, punir o PSD votando no PS, (que desta vez é que vai ser diferente, não é?). A má notícia é que as arreigadas (mas espúrias) crendices sobre a exequibilidade política da CDU têm vaticinado o país a prosseguir o mesmo caminho de pobreza e injustiça. A boa notícia é que os argumentos de quem se recusa apaixonadamente a ver o óbvio são, regra geral, fáceis de compilar e desmontar.

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Alerta antifascista… e na primeira linha o partido comunista!

Os patrões condenam, os jornais escondem, os fascistas atacam. Um grupo de neonazis atacou, esta tarde, pelo menos três pessoas, entre as quais uma que saía do comício da CDU que encheu, esta tarde, o  Coliseu dos Recreios. Quantas páginas dedicará à versão das vítimas a próxima edição do Expresso?

Foi assim durante toda a tarde: a pretexto de uma manifestação contra a «islamização», capangas fascistas percorreram impunemente as ruas de Lisboa, provocando negros, comunistas e homossexuais.

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Fascismo americano: as raízes de uma nação sob deus*

Ao avesso do tradicional ramerrão eleitoral da direita portuguesa que, de quatro em quatro anos, prega um discurso tacticamente moderado nos mais empedernidos candidatos conservadores, a antecipação do escrutínio presidencial estado-unidense dá azo a uma invulgar competição de reaccionarismo entre os dirigentes do Partido Republicano.

Ao passo que para o PS, PSD ou mesmo CDS-PP, um acesso de frontalidade equivaleria a cometer harakiri político, nos EUA, os homens que se perfilam para a nomeação republicana assumem as mais virulentas declarações de guerra ao progresso como um trunfo mediático.

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A maior festa das nossas vidas

Começa amanhã, quando ribombam os tambores. Na fila costumeira que antecipa a hora, a gente olha-se uns aos outros em absortos sorrisos de aqui termos chegado juntos e alguém pergunta: «A minha primeira festa, sabes onde foi?». E depois, fala-se da poeira do Jamor, dos pedregulhos do Monsanto, das ameaças na Ajuda.

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Diz-me as tuas fontes e dir-te-ei se és parvo

Circula na internet um texto em que se acusa os EUA de estarem a patrocinar a vaga de refugiados que, durante estes dias, entra na União Europeia. Neste texto, pergunta-se como é que esses refugiados conseguem o dinheiro para pagar o passe e cita-se uma «fonte anónima» que confirma que existe uma estratégia norte-americana em curso para encher a Europa de «migrantes».

Mais tarde, esta noite, deparei-me com outro texto vergonhoso, que avisava que na «invasão silenciosa» de refugiados, estão a passar muitos «terroristas». Esta informação, por seu turno, não vinha acompanhada de uma «fonte anónima», mas de uma fotografia em que se pode ver um homem vestido com uma farda e, mais tarde, à civil. Prova indisputável.

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Migrantes, ciganos e untermensch

Pergunta para queijinho: que nome se dá a uma pessoa forçada a abandonar o seu país para fugir a uma guerra civil ou a outro tipo de catástrofe humanitária? Se «refugiado» foi a palavra em que pensou, está desactualizado. Dos autores de «colaborador» e «empreendedor», chega-lhe agora «migrante» a mais recente aquisição lexical da comunicação social da classe dominante.

A semântica da luta de classes é um dos termómetros mais fidedignos das estratégias em confronto. Quando as pitonisas da comunicação social dominante nos dizem que uma criança palestiniana morreu no «fogo cruzado», quando atirava pedras num «território disputado», o que no fundo querem dizer é que o valor da vida humana varia na proporção directa do lucro que possa gerar.

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Parabéns e obrigado, companheiro

Aos 89 anos, Fidel Castro continua jovem e de boa saúde. Continuará sempre. Porque há muitos anos que deixou de ser apenas a pele que habita, tornando-se na metáfora viva do que mais jovem tem este mundo decrépito.

Por isso, companheiro Fidel, parabéns por nos mostrares que é possível um Estado governado pelos trabalhadores, mesmo que cercado, vilipendiado, bloqueado e atacado por todos os quadrantes, fazer mais e melhor que o resto do mundo.

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Não, o problema não é de marketing

Nem de incompetência. A explicação de tanto despautério é que só pela falsificação é que o PS, com ou sem D, encontra testemunhos de gente que apenas tenha empobrecido durante os governos do PSD, com ou sem D. Além dos bancos de imagens e dos equívocos, não há neste país vivalma que possa dizer «isto estava tudo bem até chegar o PSD! Alguma vez o PS me congelava a progressão na carreira?» ou «O quê? Achas mesmo que o Costa te aumentava a idade da reforma?», ou ainda «O PS, ao menos, não te aumenta mais os impostos nem te reduz para 65% o valor das baixas para 65%!».

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