Brigada, com intenção. Victor Jara, com admiração e saudade. Assim se apresenta uma das coisas mais bonitas que este país, em boa hora, pariu. Foi em 1975, no distrito de Coimbra, que surgiu — um ano após a Revolução de Abril — esta Brigada com intenção que, naqueles tempos, navegava cancioneiros portugueses e estrangeiros, explorando a expressão popular do nosso povo, as canções revolucionárias da América Latina ou ainda da Guerra Civil Espanhola e, entre comícios do MFA, do PCP ou nas conferências da Reforma Agrária, em muitos palcos pôs o seu luminoso pézinho. Foi nos tantos cantares do povo português que, como sabemos, mais se demoraram e demoram, na esteira de Michel Giacometti e Fernando Lopes-Graça, não lhes ficando atrás em grandeza. Pelo contrário. E meio século depois, cá estamos, tentando atravessar, eito fora, para o outro lado, subir o degrau que falta.
De Coimbra a Pyongyang: 50 anos de Brigada Victor Jara
