As “eleições europeias” são desde sempre marcadas por um equívoco enorme, uma manipulação evidente e significativa que no entanto nunca vi referida por aí: as eleições não são “europeias”, são apenas e tão só para eleição dos deputados no Parlamento Europeu. Nem todos os países que integram a Europa são membros da “União Europeia”, nem todos os assuntos da “União” dizem respeito a todos os países do continente. A Europa não nasceu com a “União “Europeia” nem morrerá com esta. As eleições não têm portanto âmbito continental.
Autor: Rui Silva
Os snipers de Kiev, ou a estratégia de Bucareste repetida em “Maidan”.
Ver John Kerry chorar lágrimas de crocodilos pelas vítimas dos snipers da Praça Maidan, durante a sua recente viagem a Kiev, fez-me recordar os acontecimentos de 1989, na Roménia. Sobre o assunto, sobre os snipers “romenos” de 1989, aconselho o mal conhecido documentário “Checkmate: Strategy of a Revolution”, de Susanne Brandstätter.
Também na Ucrânia o fascismo não passará.
Pude acompanhar em directo parte do discurso do dirigente neonazi Oleh Tyahnybok na praça epicentro das atenções mediáticas de meio mundo, no centro da cidade de Kiev. Tyahnybok, que é um dos homens de mão dos norte-americanos na Ucrânia, não esconde a sua russofobia nem a vinculação do seu projecto político ao pior do racista anti-semita. Mas em Portugal a visão que se construiu dos conflitos de Kiev é outra. Sem surpresas.
Abril, o “muro” e o apoio da RDA aos antifascistas portugueses
Os 40 anos de Abril estão aí e os partidos da maioria governamental abriram a época do gozo à Revolução libertadora. Assim, e depois do PP e dos seus jovens queques (aqueles que querem fazer retroceder a escolaridade obrigatória ao 9º ano) se terem dedicado a espezinhar Abril e o seu legado sobrepondo-lhe o golpe de direita de 25 de Novembro de 1975, é a vez do PSD e da sua “jotinha” vir meter a colher num tema que sempre desprezou, e em data que jamais comemorou para lá do âmbito institucional de que não pode mesmo fugir. Em momentos praticamente simultâneos, a presidenta da Assembleia da República vem propor mecenato para as comemorações de Abril e uma moça que ficou célebre por ter feito uma chamada falsa para a linha de urgência do INEM apresentou uma ideia estapafúrdia que apenas na cabecinha dos jotinhas da Lapa faz sentido: associar as comemorações de Abril à queda do chamado “Muro de Berlim”.
Memória (duas notas)
Um dos sinais de que o tempo meu, aquele que dedico às coisas minhas, anda reduzido a quase nada é a acumulação de “Avantes” que vou conseguindo numa das divisórias da mochila. Todas as quintas-feiras compro o meu exemplar mas nem todas as semanas o leio.
Alerta Anti-Fascista.
A emergência, de tempos a tempos, de organizações políticas e paramilitares da extrema-direita (fascistas, nazis e outras expressões do ódio e da violência de classe organizada) não se faz à margem do sistema, perante a surpresa ou fora do âmbito de acção e influência dos poderes que imperam na actual conjuntura.
Pelo contrário: a extrema-direita emerge como e quando o fenómeno interessa, quando se reveste de utilidade concreta, à burguesia e aos mecanismos de dominação, opressão e controlo que foi desenvolvendo e estuturando. Chamem-se “mercados”, União Europeia ou outra coisa qualquer.
Não esquecer jamais.
27 de Janeiro é o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. A escolha da data tem uma razão específica: foi a 27 de Janeiro de 1945 que o Exército Vermelho libertou o complexo de Auschwitz, incluindo o seu campo de concentração e extermínio.
Todos os dias são dias de memória. Em todos eles devemos estar alerta e atentos ao risco da emergência do fascismo, nas suas várias expressões terroristas e violentas. Seja como for, pelo simbolismo e importância histórica, é justo e necessário marcar o 27 de Janeiro, todos os anos.
Fascismo nunca mais.
José Augusto Oliveira, 45 anos, suicidado.
Fazendo fé nas notícias José Augusto Oliveira, de 45 anos, sobrevivia há cerca de três meses à porta da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha, município que o CDS conquistou (com maioria absoluta) ao PSD nas eleições autarquicas de 2013.
José Augusto Oliveira tinha diabetes tipo I e era cego como consequência da doença. Incapaz de trabalhar foi-lhe atribuído um subsídio de pouco mais de 300 euros mensais, uma fortuna. Ler mais