As eleições nos EUA são sempre um momento de agitação mediática, com comentadores e jornalistas a fazerem intermináveis edições especiais que nos explicam aquele espetáculo degradante que, desta vez quase seria entre dois loucos senis, mas foi entre um louco senil e uma representante da nova geração de líderes dos EUA, que em nada difere das gerações anteriores. Um fascínio pela decadência, fazendo de banda do Titanic enquanto o navio vai ao fundo. Os EUA continuam a ver-se como os polícias de um mundo que cada vez mais não lhes reconhece legitimidade para tal.
Ministro do Portugal dos Pequenitos
Em meio ano, Nuno Melo, ministro da Defesa, ainda não conseguiu perceber o que significa representar o Estado português. O governo, que tem investido tanto em comunicação, formal e informalmente, ainda não conseguiu explicar ao presidente do CDS que não é ministro da Defesa do Portugal dos Pequenitos.
Foi bonita a Festa, pá!
É Sexta-feira, 6 de Setembro, Lisboa ficou nas costas e pela ponte 25 de Abril aproximamo-nos do nosso-chão. A sensação é de mais gente e de mais vida nas ruas seixalenses que confluem às entradas da Festa do Avante!, sem certezas, porém, de que há uma certa pressa que nos impele a olhar pouco, e a ver menos, este estacionamento está lotado, avisam-nos e seguimos para o da entrada pela Quinta da Princesa, afinal é mesmo por ali que sempre entramos e a informação não ajuda a dissipar dúvidas, que na verdade ainda não existem. É ainda cedo, anunciamo-nos aos camaradas de turno junto ao portão de acesso, e logo ali, sim, está mais gente este ano, declaramos animados, não tanto como poderia ser de esperar, por alegria e militância, é que há que espertar os sentidos, estão carros estacionados desde a entrada até lá abaixo, e o que nos últimos anos tem sido, naquele estacionamento, tarefa relativamente simples e veloz torna-se um desafio que ameaça não entrarmos a tempo do nosso próprio turno, os camaradas da organização regional procuram saber de nós, a entrar, dizemos, está efectivamente muita gente na Festa, confirmam-nos. Boa Festa, camarada, recebem-nos nos pórticos de entrada e estamos, por fim, na terra dos sonhos, na terra libertada.
Só mudam as moscas
“Eu vou sempre defender o direito de Israel se defender e irei garantir que Israel terá sempre a capacidade de se defender.”
“Vamos parar de matar pessoas e apelar à paz.”
Estas duas frases, proferidas durante a atual campanha norte-americana que mais parece os prémios da música da MTV, mas em versão da Wish, ilustram bem o estado da política nos Estados Unidos. A primeira, dita por Kamala Harris durante a convenção democrata, poderia perfeitamente ter sido pronunciada por Donald Trump, o autor da segunda. O oposto também seria igualmente plausível.
Damn it! Ainda não foi desta!
As eleições e a política interna venezuelana sempre despertaram um enorme e especial interesse dos governantes europeus e norte-americanos. Este «amor» não vem de agora. Não porque a Venezuela tenha 300,9 mil milhões de barris de reservas comprovadas de petróleo bruto, as maiores reservas petrolíferas do mundo, mas porque “nós, ocidentais” o que queremos é democracia e paz no mundo. Só isso.
A unidade não é um slogan
O sistema capitalista e a sua configuração geopolítica estão em profunda transformação. Esta frase é verdadeira desde que o capitalismo é o modo de produção hegemónico, mas as transformações por que o sistema e os seus centros políticos e económicos passam ao longo dos tempos, pode conhecer momentos de maior convulsão, de maior intensidade e maior turbulência. O momento actual é de profunda crise e apresenta-se como tempo de mudanças à escala global com incertos desfechos.
O Espaço Chegan
Não tivesse havido aquela votação expressiva num partido de extrema-direita – que alguns inocentemente continuam a tomar por «zanga com o sistema» -, os vários «senadores» da direita alegadamente tradicional e moderada, não teriam saído da solidão das suas cavernas para recuperar, de cara destapada, certas bandeiras reaccionárias já superadas pelo progressismo (possível) das mentalidades e das democracias políticas nas últimas décadas. Esses transportadores de antiguidades ideológicas, resquícios mais mortos que vivos da decrepitude de outros tempos, sentiram que o «ambiente» que, entretanto, se instalara no país acaba por ser, pois, bastante propício, acolhedor, bafiento o suficiente para a sua mensagem prosperar sem grande alarido. Sabendo que, pelo menos, 20% da população será chão fértil às sementes das suas velharias mentais, lá procuram lançar à terra lavrada os preceitos castradores da liberdade e das liberdades conquistadas (a ferros), sob pretexto de uma moralidade peçonhenta que se esqueceu de morrer. Fazendo-o nas barbas de Abril, à laia de provocaçãozinha subtil, vêm mostrar de forma evidente o quão perigosos são os tempos em que vivemos.
Quantos pobres são precisos para fazer um excedente?
O canto do cisne socialista aí está: um excedente orçamental entonado com altivez e vaidade, com pompa e circunstância, tamanhos números nunca vistos em democracia, mas bem sentidos na pele, ora não fosse essa folga arrancada do suor dos trabalhadores portugueses e do assalto aos serviços públicos e com o seu desmantelamento.