Autor: André Solha

Sobre-exploração e tomates cherry

O Marx foi um gajo porreiro. Justo e generoso. Deixou-nos O Manifesto, mas como não queria deixar os burgueses à deriva, entregues às tolices da mão invisível, deixou-lhes O Capital. E eles estudaram-no, bem melhor do que nós. Stalin explica:

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Futuro Armadilhado

Dez meses.

Desde a primeira declaração de Estado de Emergência até hoje, passaram-se dez meses. E qualquer pessoa com dois dedinhos de testa já percebeu que não vai ficar tudo bem. A economia não vai recuperar magicamente quando estivermos todos ou imunes ou vacinados ou mortos. Os postos de trabalho que foram destruídos com a pandemia não vão ser recuperados tão cedo, pura e simplesmente porque durante este período de dispensa de trabalhadores com contratos precários, em período experimental, com os layoffs, e todas as outras formas de reduzir prejuízos ou aumentar lucros cortando no número, nos rendimentos e nos direitos dos trabalhadores, o capital conseguiu aquilo que queria: manter a produção a funcionar com menos trabalhadores. O mantra liberal de que é a iniciativa privada que gera emprego caiu de podre: o capital cria postos de trabalho na estrita medida necessária para corresponder às necessidades de consumo de bens e serviços da sociedade.

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Identidade, opressão e luta de classes

Depois de, no meu último contributo, me ter debruçado sobre a génese do racismo no seio do capitalismo e o seu papel na subalternização do sujeito racializado, é agora vez de clarificar a posição materialista histórica e dialéctica sobre as opressões de grupos que divergem da identidade natural burguesa – branca, europeia ou euro-descendente, heterossexual e culturalmente judaico-cristã, para finalmente concluir o porquê da opção pela crítica marxista e não pela interseccionalidade para estudar as opressões.

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O racismo não é um papão

"O RACISMO ACORRENTA AMBOS", cartaz do Partido Comunista dos Estados Unidos da América

Recentemente tenho visto alardeada a tese de que o excesso de discussão sobre o racismo na esfera pública potencia o crescimento do racismo. Ora, o racismo não é um monstro que se autoalimenta, e também não é um papão que desaparece se deixarmos de falar dele. Ele tem uma origem definida e serve interesses claros, os interesses da classe dominante.

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Outra vez arroz?

Pá, eu queria dizer-te isto de mansinho, mas não dá. Não dá! Se tu olhas para uma mulher com a cara toda esmurrada e começas logo a procurar justificar aquilo que lhe aconteceu, desculpando quem lhe fez aquilo, és uma besta. Ler mais

O fetiche da farda

Hoje vai de sangue quente e com o coração na boca, a propósito da manifestação das forças de segurança, daquilo que tenho lido a propósito da mesma, e do culto à autoridade, próprio do fascismo, com que são agraciados.

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