Autor: António Santos

Israelitas cantam «Amanhã não há escola! Já não há lá mais crianças! Gaza é um cemitério!»

Depois de uma deputada israelita declarar que todas as mães israelitas devem ser assassinadas, depois dos seus académicos apelarem à violação das mulheres palestinianas, depois das fotografias de israelitas a assistir a bombardeamentos a comer pipocas como se estivessem no cinema, chega-nos um vídeo de cidadãos israelitas a cantar e a celebrar a morte das crianças de Gaza.

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Que festa é esta, pá?*

Olha, desculpa lá que me intrometa… mas não pude deixar de ouvir o que estavas a dizer.

É a tua primeira Festa? Pois, então é compreensível. Sabes que apreciar esta festa, tem muito que se lhe diga, a sua arte, o seu mistério. Mas olha, isto não é nada como o Super Bock Super Rock. Esta é a festa do Partido Comunista e do seu jornal, que dá o nome à festa: o periódico do mundo inteiro que mais tempo sobreviveu na clandestinidade. É qualquer coisa, hein?

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Isto é genocídio – Somos todos palestinos

Na Palestina, a cada três dias uma criança é assassinada por Israel. Nunca conheceremos os seus nomes, nunca ouviremos entrevistas com os seus pais, nunca veremos as suas caras. Porque um rocket palestiniano ser interceptado pelo escudo anti-misséis é mais relevante do que a vida de uma criança ser interceptada por uma bomba inteligente. Porque as lágrimas dos palestinianos valem menos que as de um israelita.

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Na vida como no instagram: o yuppie português

Olá. Se calhar ainda não me conheces, mas eu sei que queres saber o que é que eu acabei de comer. Foi isto. Já viste? Por favor vê. É importante. Está aqui. Já viste? Se não vires aqui, também podes ver em todas as redes sociais, onde as coisas que eu transformo em cocó vivem eternamente na nuvem virtual, mesmo depois do pártenon ruir e da humanidade se extinguir. O meu softcake gourmet é agora imortal.

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O Povo já vos demitiu

Hoje Passos Coelho deu-nos a enésima evidência de que a democracia é para abater. Quando declarou, na Assembleia da República, que os juízes do Tribunal Constitucional não têm condições para continuar a ocupar o cargo, o Primeiro-ministro insinuou um golpe de estado.

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Amor é Comunismo

Amor é comunismo (Já está. Agora vá, faz lá esse sorriso cínico. Pronto. Já passou? Então respira fundo, deixa-te de merdas e lê-me lá até ao fim, se faz favor).
Quando em 2006 Chávez foi reeleito, o parque de Miraflores trocou o verde tropical pelo vermelho sanguíneo. Era a imensa multidão dos pobres de Caracas, pobres de uma pobreza antiga, que tinha vindo ouvir o Presidente, o seu Presidente. E por segundos, quando Chávez falou, a praça pareceu tomada de um silêncio imperscrutável – misterioso. Como se quinhentos anos de servidão tivessem por fim findado ou um velho encantamento se levantasse ao som das suas palavras: “Que ninguém tenha medo do socialismo, porque o socialismo é fundamentalmente humano: socialismo é amor, é solidariedade (…) e o meu coração declara-vos o meu amor infinito”. Não é difícil sentir a franqueza de Chávez, mas mais que genuíno, recuperava uma ideia problemática e inexplicavelmente esquecida pela esquerda: a ideia de que o comunismo é o nome político do amor.

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Torniquetes e Barreiras

É sempre o mesmo espectáculo. O saltar metálico das rodas do comboio, os corpos apertados «com licença…» a evitar inevitavelmente tocar nos outros. E eis que «Senhores passageiros!» grita aos altifalantes uma voz respeitosamente agastada «É favor não forçar as portas do comboio!». Quando os travões chiam, o sol ainda vai alto na estação de Queluz-Belas, uma enorme barraca de alumínio no meio dos prédios. «Vai sair? Com licença». Depois, a multidão transborda como uma bebida gasosa agitada durante toda a viagem, arrastando consigo os que ficaram presos ao varão central e que só queriam sair na próxima.

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Marx chegou a Lisboa

Marx chegou a Lisboa. Passou pelo filtro do spam e através da racha na parede. Entrou pelo buraco de um sapato velho. Esgueirou-se numa corrente de ar, quando se esqueceram da porta do centro de emprego aberta. Veio com os cartazes e os panfletos e os grafitis nas paredes. Ler mais