Autor: António Santos

20 sinais de que é um filho da puta

Não consta que Carl Jung alguma vez tenha visitado Portugal ou a sua divisão da humanidade por tipos de personalidade não teria escamoteado a importante sub-classificação que, por terras lusas, abrange todos os seres ou indivíduos que se distinguem dos restantes por um carácter específico que só a eles é comum: o filho da puta.

Mas afinal o que é um filho da puta? Não obstante a frequência com que o termo é empregue na classificação axiomática de reconhecidos sociopatas como banqueiros, especuladores financeiros e ministros, não existe ainda consenso bastante para alcançar uma definição acabada. Longe de pretender ser tratado sobre o tema, este artigo é um subsídio para uma definição mínima. Caso o leitor responda afirmativamente a, pelo menos, cinco questões, então é provável que seja um filho da puta.

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E tu, quantos partidos já fundaste este ano?

A aritmética política é simples: “os inimigos do povo vencem as eleições porque o povo se abstém” mais “a maioria do povo não vota porque não se sente representada por nenhum partido” é igual a “é preciso continuar a criar novos partidos até toda a gente se sentir representada”. No entanto, e mesmo admitindo que esta operação é realmente uma soma e não uma divisão, subsiste uma incógnita: qual é a propriedade mobilizadora do próximo novo partido que nenhum dos existentes à esquerda conhece?

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A ocupação como meio de luta: a experiência da TOCA

Em Abril de 2007 uma manifestação com cerca de uma centena de jovens, na sua maioria estudantes, concentra-se em frente ao edifício da Câmara Municipal da Amadora para exigir uma política cultural para o Concelho. Apesar de ser uma das cidades mais jovens e densamente populadas do Distrito de Lisboa, a Amadora é, desde a queda da autarquia nas mãos do PS, um deserto de cultura e um armazém de mão-de-obra barata.

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94 anos: a nossa História é a luta de um povo

No assento do comboio, repousa um jornal que aparenta não ter dono. Nele tropeçam os olhos uma e duas vezes, na viagem entre a janela e os outros passageiros. Bem podia ser o Metro ou mesmo o Destak, mas a diagramação que inunda em letras a folha larga, trai a gratuitidade tabloide. Que jornal este, que é livre sem ser grátis e é honesto sem ser imparcial? Que se deixa no comboio sem nunca o abandonar e, ainda assim, é de todos tendo afinal um dono?

Nada disto poderia saber o dono dos olhos que cobiçam o periódico. Agarrado e levantado, desdobrado e sacudido, deixa à vista a foice e o martelo cruzados sob a estrela apontando um vértice a cada um dos cinco continentes. “94.º aniversário” lêem os olhos “do Partido Comunista Português”.

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Serei preso por “apologia do terrorismo”?

Não sei se vou ser preso por escrever isto. Não estou a brincar. É que eu defendo os objectivos e as acções das FARC-EP e da FPLP, entre muitas outras organizações armadas que lutam pela emancipação dos seus povos. E agora, com as propostas de lei aprovadas na semana passada em Conselho de Ministros, basta a consulta de um site para impor o estado de excepção e deter qualquer um.

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As 50 sombras de Guedes

Qual Esdras pedindo perdão a Deus, Jean-Claude Juncker veio expiar publicamente os seus pecados contra os povos vilipendiados pela UE. Para o Presidente da Comissão Europeia e ex-presidente do Eurogrupo, a troika “pecou contra a dignidade” de portugueses, gregos e também irlandeses.

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A Cova da Moura não caminha só

Costuma-se dizer que na Amadora há bairros em que a polícia não entra, mas não é verdade. Nesses bairros, o que não entra é a Constituição da República Portuguesa. É preciso dizê-lo claramente: a Cova da Moura é um bairro de trabalhadores. Gente que todas as manhãs desce a encosta íngreme de ruas labirínticas para ir levar os filhos à escola e depois, quando há trabalho, ir trabalhar. Quem conhece o Alto da Cova da Moura depressa aprende a admirar a criatividade, a alegria e a solidariedade desta comunidade que, desafiando a exclusão dos governos, a pobreza imposta pelo capitalismo e as condições de vida, tantas vezes miseráveis, consegue ser um exemplo de dignidade para Portugal.

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