Todos os artigos: Nacional

Pedro M. Madeira Rolo Duarte

O Pedro Rolo Duarte foi militante da União dos Estudantes Comunistas. Tinha 13 anos, chumbou o ano por faltas e a Geninha Varela Gomes teve que aguentar a fúria da Maria João Rolo Duarte. Com toda a razão de mãe, a mãe do Pedro, por sinal nossa mãe, desfiava o sermão para a controleira do Pedro e gáudio do António, o mano velho e minha alegria chilreante. Ouvíamos escondidos e ríamos que nem uns perdidos porque o puto charila tinha sido apanhado e o que se adivinhava seria um castigo daqueles muito bons, reconfortantes para todos os irmãos que se querem irmãos embirrantes, irritantes, chatos como a potassa (expressão misteriosa, o que terá a potassa para a destratarem assim?). E não, o Pedro não foi castigado e aqui se percebe como a vida é injusta.

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O mui ferido orgulho nacional

Vós, que vos indignais pelas pedras ofendidas do Panteão Nacional e que me ledes com o orgulho, também ele nacional, ferido de morte porque vos profanaram a Bandeira Nacional num tapete de hotel, respirai fundo. O que me diríeis se soubésseis que a dignidade nacional de 500 mil crianças nacionais é diariamente desrespeitada? São 500 mil crianças a viver numa pobreza mais abjecta para a Nação do que mil tapetes de hotéis do Porto a que os ímpios apólidas limpam a merda dos sapatos.

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No 104º aniversário do nascimento de Álvaro Cunhal

Cumprem-se os 104 anos do nascimento de Álvaro Cunhal.

Não há homenagens justas que não passem por dar o que temos todos os dias para a construção do socialismo e para a superação revolucionária do capitalismo. Esse compromisso que cada um de nós assume individualmente e cumpre também colectivamente é a forma mais digna de honrar todos quantos deram a sua vida pela luta dos povos, pela emancipação dos trabalhadores e pelo comunismo. Contudo, hoje a minha luta passa por escrever estas palavras que, não sendo de homenagem, são de assinalamento de uma data e de valorização de um contributo teórico e prático que tendo sido determinante em várias fases da vida do Partido Comunista Português e do próprio Povo Português, é hoje ainda muito importante.

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Das três condições à solução política actual

Há quem diga que a “geringonça” – como lhe chama quem diz isso – teve a sua sementinha aqui, ainda em Setembro, quando Catarina Martins, pelo BE, dá uma primeira indicação sobre o diálogo com o PS, no estilo tradicional do BE de não hostilizar o PS e de dar até de barato que o PS será força maioritária.

Depois há quem diga que a solução política que actualmente observamos em Portugal e na Assembleia da República nasce aqui, quando Jerónimo de Sousa afirma que PCP e PEV rejeitarão o programa de Governo apresentado por PSD/CDS na Assembleia da República e avança que “PS só não formará Governo se não quiser”, em resposta a perguntas de jornalistas.

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PCP, depósito moral da política portuguesa

Um comunista, ao contrário de um membro do PS, do PSD ou do CDS-PP, vive sob um código moral que não precisa de ser escrito nem dito, mas que todos esperam que cumpra. Um comunista não lixa o colega de trabalho, sente, por instinto, repulsa pelo luxo e faz da humildade uma bandeira verdadeira. De um comunista até os membros de outros partidos todos esperam generosidade, seriedade e verdade. Se alguém do PS se cruza com uma injustiça e vira a cara para não ver, está no seu direito, não era nada com ele. Se um comunista fizesse o mesmo, alguém no café diria «é muito comunista, é muito comunista, mas pode ver um gajo na merda e está-se a cagar». E diria bem. Porque ser comunista não é só ser membro de um partido e lutar por um mundo novo: é aceitar voluntariamente o dever formidável de ser o exemplo vivo, militante, pessoal, diário e tangível da superioridade desse ideal. É por isso que já ninguém se surpreende quando um ministro do PS vai trabalhar para uma empresa que privatizou mas nos chocaríamos se um militante comunista exigisse ser tratado por «doutor». Os comunistas julgam-se por critérios superiores.

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Verdades muito incómodas: prostituidores, coacção sexual e negação do dano na prostituição

Porque hoje é o dia em que se assinala o combate ao tráfico de seres humanos para fins de exploração sexual, coloco um dos artigos que considero ser um tratado, um verdadeiro manual, para perceber o sistema prostitucional e o discurso bafiento sobre o “trabalho sexual”. Bem sei que é longo, mas pela primeira vez aborda a perspectiva de quem compra. 

A globalização aumentou ainda mais o desequilíbrio de poder entre o prostituidor com a carteira e a mulher que aluga sua vagina por uma taxa. Em França, 85% das prostitutas são imigrantes, a maioria sem papéis e vulneráveis à exploração. Na Alemanha, com seus mega bordéis legais, cerca de dois terços. Se a procura não for combatida, mais virão. Deve mesmo ser motivo de orgulho para qualquer nação ocidental, que as mulheres pobres de pessoas tailandesas e ucranianas sejam importadas para o serviço dos pénis do “primeiro mundo”? – Janice Turner, 2014 [1]

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As chamas nunca foram de esquerda.

A tendência terrorista da direita faz parte do seu código genético. Só alguém distraído pode pensar que a mesma burguesia que está disponível para usar o fascismo como método do estado a fim de salvaguardar os seus privilégios teria algum prurido em usar o ataque cobarde como instrumento de disputa política.

Desde há muito que as chamas são instrumento da direita acossada e não precisamos regressar ao Reichstag incendiado pelas mãos de Göering e Hitler, pois temos ainda marcas recentes de 1975 em Portugal e muitos se lembram de quantas labaredas se espalharam pelos centros de trabalho do Partido Comunista Português e até pela floresta portuguesa sopradas por um destacamento terrorista dos sectores reaccionários.

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