O Pedro Rolo Duarte foi militante da União dos Estudantes Comunistas. Tinha 13 anos, chumbou o ano por faltas e a Geninha Varela Gomes teve que aguentar a fúria da Maria João Rolo Duarte. Com toda a razão de mãe, a mãe do Pedro, por sinal nossa mãe, desfiava o sermão para a controleira do Pedro e gáudio do António, o mano velho e minha alegria chilreante. Ouvíamos escondidos e ríamos que nem uns perdidos porque o puto charila tinha sido apanhado e o que se adivinhava seria um castigo daqueles muito bons, reconfortantes para todos os irmãos que se querem irmãos embirrantes, irritantes, chatos como a potassa (expressão misteriosa, o que terá a potassa para a destratarem assim?). E não, o Pedro não foi castigado e aqui se percebe como a vida é injusta.
Pedro M. Madeira Rolo Duarte
