Todos os artigos: Nacional

Veneno de Ferrão

O eurodeputado e candidato à Câmara Municipal de Lisboa, João Ferreira, desafiou a SIC e o seu sub-director, Bernardo Ferrão, a encontrar nos arquivos um pedido de demissão de um ministro por parte do PCP. Foi depois do tom de gozo usado pelo jornalista, no Jornal da Noite da SIC, num comentário ao caso Centeno, ladeado pelo sempre informado, imparcial e isento José Gomes Ferreira, em que afirmava que, noutra altura qualquer, “o PCP já estaria a pedir a demissão do ministro”. A resposta ao desafio de João Ferreira surgiu em forma de vídeo, onde são apontados casos em que o PCP pede não a demissão de um ministro, mas sim de um governo; ou de ministros que integraram governos cuja demissão era exigida pelo PCP.

Ler mais

Arrume a sua inteligência: o Observador tem um artigo para si

Por que razão nos espanta ainda o Observador? Por que motivo nos abalançamos ainda, cheios de pasmo ou indignação, sobre “conteúdos” que nem sabemos muito bem se na verdade são escritos se vomitados? Lamento, mas não tenho resposta. Sei que me senti hoje particularmente “brindado” com a partilha ostensiva de um artigo que é meio textual e meio fotográfico e cujo título efectivamente promete: «Arrume os livros de História. Há 20 factos históricos que não nos ensinam na escola».

Ler mais

O João Miguel Tavares devia receber o salário mínimo

Devia haver um dispositivo de choque nos dedos de cada vez que se escrevem mentiras nos jornais. Mas pior do que mentira é a ignorância abissal que grassa nos textos de João Miguel Tavares. Aliás, mais do que ignorância, burrice. Em primeiro lugar porque não sabe o que é valor líquido e valor bruto. Em segundo lugar porque percebe zero de salários. Em terceiro lugar porque nunca deve ter visto um recibo de vencimento na vida. Em quarto lugar porque a ignorância é mesmo muito, muito atrevida. E este senhor devia ter vergonha na cara por se atrever a escrever tantos disparates juntos.

Ler mais

O SMN, a TSU e a “visão de futuro” dos patrões para um novo século XIX

Nuno Carvalho, sócio-gerente da marca Padaria Portuguesa, falou à SIC Notícias sobre a questão do aumento do Salário Mínimo Nacional (SMN) e a eventual descida da TSU. Aquilo que disse já foi motivo de grande alvoroço público, coisa que me espanta na medida em que o “empreendedor” entrevistado não refere nada que não tenha sido dito por outros seus compadres antes e seguramente depois da sua muito comentada intervenção pública.

Ler mais

Apocalipse: RTP

Acabo de assistir a «O Demónio», o primeiro episódio da mini-série «Apocalipse: Estaline». Durante uma hora, Isabelle Clarke dedica o seu «documentário» a convencer-nos de que Estaline foi o que o título diz: um demónio. Veja-se: «Lénine e um punhado de homens lançaram a Rússia no caos. (…) Como os cavaleiros do Apocalipse, os bolcheviques semeiam morte e destruição para se manterem no poder. Continuarão durante 20 anos, até os alemães chegarem às portas de Moscovo». Estaline surge como um «louco», «sexualmente insaciável» e com uma «mentalidade próxima dos tiranos do Médio Oriente» [sic] que só Hitler pode parar. Num frenesim anacrónico, o espectador é levado de «facto» em «facto» sem direito a perguntas nem a explicações. Para trás e para a frente, dos anos quarenta para o final do século XIX, de 10 milhões de mortos na guerra civil russa para 5 milhões de mortos no «holodomor: a fome organizada por Estaline», o puzzle está feito para ser impossível de montar. Ao narrador basta descrever o que, a julgar pelas imagens de arquivo, é aparentemente indesmentível: «os camponeses ucranianos, vítimas das fomes estalinistas abençoam os invasores alemães. Mais tarde serão enforcados pelos estalinistas. As conjugação das imagens de arquivo colorizadas é tão brutal e convincente que somos tentados a concordar com as palavras do narrador: «Estaline declarou guerra ao seu próprio povo». São os «factos alternativos» de Trump aplicados à História.

Ler mais

A Alvorada das mulheres (parte II) #centenário19172017

Depois do primeiro texto, que pode ser lido aqui, continuo o breve e modesto contributo sobre a reflexão e luta das mulheres no quadro da revolução que abalou o mundo. O caminho e os seus construtores que levaram a uma das mais belas transformações na vida das mulheres no início do século XX.

Ler mais

Depoimento de Marcelo à Comissão de Inquérito do PSD*

O que as pessoas mais me perguntam é se sou mesmo como na televisão. Pode escrever aí que sim. Costumo dizer que o que nasce torto não se endireita. Bom, tenho esta memória de estar a brincar na quinta com os filhos da criadagem e vem de lá o papá apavorado, a levar-me dali ao colo, como se me resgatasse do cativeiro de canibais africanos, a dar-me um raspanete dos antigos, «Marcelo Nuno, não volte a enxovalhar a família, cada macaco no seu galho, percebeu?», a sacudir-me uma sujidade invisível da camisa, a explicar-me que o meu nome não é por acaso, a repetir-me «Marcelo Nuno, não volte a enxovalhar a família, cada macaco no seu galho, percebeu?». E não percebi. Mas percebi outra coisa mais importante: há mais do que um tipo de poder neste mundo.

Ler mais